Grãos de café: escassez coincidirá com um período de expansão da demanda (Mike Clarke/AFP)
Da Redação
Publicado em 7 de março de 2014 às 13h51.
Londres - A seca vivida pelo Brasil deixará o mercado mundial de café sem ao menos 2 milhões de sacas necessárias para o pleno abastecimento em 2014-2015, declarou nesta sexta-feira a Organização Internacional do Café (OIC).
O déficit de produção será "de ao menos 2 milhões de sacas", declarou em uma coletiva de imprensa em Londres o diretor-executivo da OIC, o brasileiro Roberio Oliveira Silva.
Cada saca tem 60 quilos.
A escassez é atribuída "em grande parte à seca brasileira", declarou o diretor da organização que reúne os países produtores e que tem sua sede na capital britânica.
"Mesmo com o aumento esperado da produção colombiana, não prevemos um mercado equilibrado", concluiu Oliveira Silva ao término da reunião semestral da OIC.
Oliveira Silva informou que está à espera de que as autoridades brasileiras comuniquem as perdas exatas na colheita de café para ter uma ideia mais precisa da escassez.
O Brasil é o primeiro produtor e exportador mundial e viveu em janeiro sua pior seca em décadas.
O estado de Minas Gerais, onde a maior parte dos cultivos de café do país se localizam, foi particularmente afetado por este tempo anormalmente seco, justo em pleno amadurecimento dos frutos, que serão colhidos a partir de abril.
A perspectiva de escassez no mercado fez os preços dispararem e a variedade arábica - dois terços da produção brasileira - alcançou nesta semana seus preços mais altos em dois anos.
O preço superou os 2 dólares a libra em Nova York, enquanto a variedade robusta, que é cotada em Londres, alcançou 2.136 dólares a tonelada, seu valor mais alto em quase um ano.
A escassez coincidirá com um período de expansão da demanda, com um crescimento esperado de 2,4% em 2013, segundo estimativas comunicadas por Mauricio Galindo, chefe de operações da OIC.