Ilan Goldfajn: ele repetiu que o regime de câmbio no país é flutuante, mas defendeu intervenções "de vez em quando" no caso de falta de liquidez (Agência Brasil/Marcelo Camargo)
Da Redação
Publicado em 8 de julho de 2016 às 09h55.
O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, reafirmou que a política fiscal pode ajudar na condução da política monetária, e defendeu que a medida do governo que limita os crescimentos dos gastos públicos é "bem relevante".
"Se a política fiscal ajudar, os custos da política monetária serão menores", afirmou ele em entrevista à jornalista Miriam Leitão transmitida pela GloboNews na noite de quinta-feira.
O comentário foi gravado antes de o governo anunciar que espera déficit primário de 139 bilhões de reais em 2017, cifra menor que o rombo de 170,5 bilhões de reais previstos para este ano mas ainda elevada.
Ilan repetiu que o regime de câmbio no país é flutuante, mas defendeu intervenções "de vez em quando" no caso de falta de liquidez, por exemplo.
Segundo ele, o BC tem dois objetivos nesta seara: o câmbio, "de certa forma", flutuar e reduzir o estoque de swaps cambiais --equivalentes à venda futura de dólares-- de cerca de 60 bilhões de dólares.
Nos últimos dias, o BC atuou no câmbio vendendo swaps cambiais reversos, correspondentes à compra futura de dólares.
O presidente do BC reforçou ainda que o objetivo é levar a inflação ao centro da meta, de 4,5 por cento pelo IPCA, e que a alta de preços está em trajetória de queda.
"Está indo pelo caminho, mais ainda está longe", afirmou, acrescentando que não poderia falar sobre trajetória da Selic ao ser questionado se haverá queda de juros neste ano.
Sobre o cenário externo, Ilan disse que ele é "desafiador"' citando incertezas sobre a economia chinesa, norte-americana e europeia, esta sobretudo à recente decisão britânica de deixar a União Europeia (EU).