Economia

Schäuble espera que queda do euro não freie as reformas

Wolfgang Schäuble, homem forte da chanceler Angela Merkel na defesa da austeridade e das reformas


	Wolfgang Schäuble: "As reformas estruturais não podem ser substituídas pela política monetária do Banco Central Europeu"
 (Osman Orsal/Reuters)

Wolfgang Schäuble: "As reformas estruturais não podem ser substituídas pela política monetária do Banco Central Europeu" (Osman Orsal/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de março de 2015 às 10h43.

Berlim - O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, afirmou nesta quinta-feira que a melhora relativa da competitividade europeia fruto da desvalorização do euro não pode substituir as reformas estruturais que a zona do euro necessita.

Schäuble, homem forte da chanceler Angela Merkel na defesa da austeridade e das reformas, fez estas declarações em Berlim, durante o ato de apresentação do relatório de 2014 do serviço alfandegário federal.

"As reformas estruturais não podem ser substituídas pela política monetária do Banco Central Europeu" (BCE), assegurou o ministro em relação ao plano de compra de dívida pública e corporativa lançado pela autoridade monetária e que levou o euro a sua cotação mínima frente ao dólar em 12 anos.

Schäuble exigiu de novo a seus parceiros que reformem suas economias para impulsionar a competitividade e lembrou que o próprio BCE "não se cansa de exigir aos governos que implementem reformas estruturais, melhorem a competitividade e mantenham umas finanças sólidas".

O "problema" da moeda comum não é, portanto, que esteja se depreciando frente ao dólar, mas a falta de competitividade de muitos dos países que a compartilham, embora repetiu que a situação é diferente nas distintas economias.

O euro se depreciou com força nas últimas semanas, especialmente desde que o BCE anunciou seu plano para comprar 60 bilhões de euros em bônus soberanos e corporativos por mês entre este março e setembro do ano que vem para combater a baixa inflação.

A queda, que segundo muitos especialistas poderia afundar até que o euro alcance a paridade com o dólar, melhora a competitividade relativa dos exportadores europeus e poderia favorecer a recuperação.

A Alemanha, como um dos maiores exportadores do mundo, seria um dos grandes beneficiados da desvalorização do euro.

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