Funcionários da Petrobras em uma plataforma de petróleo em construção (Dado Galdieri/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 12 de junho de 2014 às 21h19.
Brasília - A empresa holandesa SBM Offshore anunciou nesta quinta-feira que não participará da concorrência para oferecer plataformas flutuantes para a Petrobras nos campos de Tartaruga Verde e Libra.
Contratos já firmados entre SBM e Petrobras para o mesmo tipo de serviço são alvo de investigações conduzidas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pelo Ministério Público Federal.
A empresa é suspeita de pagar propinas para funcionários da estatal para conseguir os contratos.
Em nota publicada em seu site, a SBM afirma que estava dialogando com a Petrobras a respeito de participar da concorrência.
"Baseada nessas discussões, a companhia não vai participar das atuais concorrências para Tartaruga Verde e Libra como contratante internacional", diz a nota da SBM.
A SBM aluga plataformas flutuantes para empresas petrolíferas de diversos países. Segundo informações colocadas na "Wikipédia" por um ex-funcionário da SBM em 2013, a empresa teria desembolsado, de 2005 a 2011, US$ 250 milhões em subornos.
Desse total, US$ 139 milhões teriam ido para intermediários e funcionários da Petrobrás.
Em depoimento prestado nessa quarta-feira à CPI mista do Congresso destinada a investigar diversas suspeitas sobre a Petrobras, a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, afirmou que os contratos que possui com a SBM somam US$ 27,67 bilhões.
"Nove contratos FPSOs , afretamentos, e uma unidade própria da Petrobrás, que a Petrobrás contratou a SBM para projetar, construir e operar por três anos. O total de contratos que nós temos com a SBM Offshore é de US$27,67 bilhões. Então, são volumes muito expressivos. Isso é o que temos com a SBM", disse Graça Foster.
Após a imprensa brasileira repercutir as denúncias sobre possíveis irregularidades nos negócios entre a SBM e a Petrobras, em fevereiro, deputados da oposição articularam a formação, na Câmara dos Deputados, de uma comitiva incumbida de viajar à Holanda para investigar os contratos. Até agora, no entanto, essa viagem não foi feita.