Economia

Saúde perdeu R$ 500 milhões para fundo eleitoral, diz ministro

Valor teria sido retirado da pasta para abastecer financiamentos de campanhas eleitorais, que receberam um aumento de R$ 1,8 bi por decisão do Congresso

Esplanada dos Ministérios: pasta da saúde perdeu meio milhão de reais que foram mandados para o aumento do fundo eleitoral aprovado pelo Congresso (Jane Sweeney/Getty Images)

Esplanada dos Ministérios: pasta da saúde perdeu meio milhão de reais que foram mandados para o aumento do fundo eleitoral aprovado pelo Congresso (Jane Sweeney/Getty Images)

AB

Agência Brasil

Publicado em 5 de dezembro de 2019 às 18h07.

O ministro da Saúde, Henrique Mandetta, disse ter sido "surpreendido" na quarta-feira (4) com a retirada de cerca R$ 500 milhões de recursos da pasta após a aprovação do relatório preliminar do Projeto de Lei Orçamentária de 2020 na Comissão Mista de Orçamento (CMO) do Congresso Nacional. Segundo ele, esse valor teria sido deslocado da saúde para abastecer o Fundo Eleitoral de Financiamento de Campanha, o chamado fundo eleitoral, que foi ampliado de R$ 2 bilhões para R$ 3,8 bilhões.

"Infelizmente, ontem, nós fomos surpreendidos para a retirada de R$ 500 milhões da saúde, do Orçamento, para poder alocar no fundo eleitoral, sendo que a saúde, eu tenho certeza, os prefeitos estão aqui, vai ser o principal tema da eleição de 2020 em todos os municípios", disse o ministro. Ele pediu que o aumento do fundo eleitoral fosse revisto e os recursos para a área de saúde restituídos ao Orçamento do ano que vem.

O parecer preliminar do relator-geral, deputado Domingos Neto (PSD-CE), foi aprovado em votação simbólica. Em seu relatório, ele destacou que houve um pedido, via ofício, "assinado por presidentes de partido e por líderes partidários que representam a maioria dos parlamentares", solicitando a recomposição dos recursos do fundo eleitoral constantes da proposta orçamentária originalmente encaminhada pelo Poder Executivo.

O parecer levou em conta uma elevação na perspectiva de receitas da União, com repassa de dividendos de estatais maior do que o que o governo previu na versão inicial do projeto.

Pelo cronograma da CMO, será preciso votar o parecer final do deputado federal Domingos Neto até o dia 17. Após a votação, a proposta orçamentária deverá ser encaminhada para análise em sessão plenária do Congresso Nacional.

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