O encontro para tratar a segurança após os atentados dos últimos dias na região de Toulouse foi divulgado pela própria presidência (Lionel Bonaventure/AFP)
Da Redação
Publicado em 24 de março de 2012 às 10h42.
Paris - O presidente francês Nicolas Sarkozy reuniu neste sábado no Palácio do Eliseu, sua residência oficial, o primeiro-ministro, François Fillon, e vários membros do governo após a polêmica provocada pela atuação policial na operação que acabou com a morte do assassino de sete pessoas em Toulouse e Montauban.
Do encontro para tratar a segurança após os atentados dos últimos dias na região de Toulouse, que foi divulgado pela própria presidência, também participam o ministro do Interior, Claude Guéant, e o de Justiça, Michel Mercier.
Além disso, estão na reunião o diretor da polícia e os chefes da tropa de elite responsável pela operação contra Mohammed Merah, assim como os dos serviços secretos.
Em plena campanha eleitoral, a atuação foi questionada pela intervenção da tropa de elite e há quem garanta que era possível prender o criminoso vivo.
O candidato socialista à presidência, François Hollande, se perguntou se não teria havido erros nos serviços de espionagem franceses, que não vigiaram Merah o suficiente apesar de seus vínculos com meios salafistas.
Por outro lado, a mãe de Merah foi liberada ontem à noite, após ter estado sob detenção desde quarta-feira passada, quando começou a operação contra seu filho, que acabou morto pelos disparos dos policiais.
Abdelkader Merah, irmão mais velho do assassino, e sua namorada, também detidos esse dia, foram transferidos a Paris, onde são interrogados pelos serviços antiterroristas franceses, que tentam determinar se eles prestaram apoio logístico a Mohammed.
Muito vinculado com meios religiosos islâmicos, o irmão mais velho tinha explosivos em seu veículo quando foi detido.
Segundo o canal 'BFM', os investigadores consideram que Abdelkader ajudou seu irmão a roubar o moto na qual se deslocou para cometer seus assassinatos.
O site da revista 'Le Point' assinalou ainda que nos interrogatórios perante a polícia Abdelkader se mostrou 'orgulhoso' de seu irmão.
Em seu domicílio, os investigadores encontraram uma grande quantidade de livros corânicos e conhecidos lhe descrevem como uma pessoa profundamente religiosa e que obrigava sua mãe a usar um véu islâmico.
A polícia também tenta determinar se Abdelkader ajudou seu irmão a adquirir as armas, avaliadas em 20 mil euros.