Economist Intelligence prevê que as economias de diversas cidades na América Latina e na África devem crescer rapidamente até 2016 (Germano Lüders/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 16 de março de 2012 às 13h32.
São Paulo – Se na capacidade de atrair investimentos São Paulo ultrapassou Nova York, o feito não se repete quando o critério é competitividade. São Paulo aparece em 62° lugar em um ranking de 120 cidades elaborado pela Economist Intelligence Unit para medir competitividade. A lista é liderada por Nova York. Uma única cidade latino americana aparece na primeira metade do ranking – e é justamente Buenos Aires, na 60ª posição.
As cidades da Europa ocidental e dos Estados Unidos são as mais competitivas do mundo, segundo o estudo. A crise econômica não reduziu a capacidade dessas cidades de atraírem capital, negócios, talento e turistas. Há 24 cidades dessas localidades dentre as 30 mais competitivas. Após Nova York, quem aparece no ranking é Londres. Na sequência vem Cingapura e Paris e Hong Kong, empatadas no 4° lugar.
Enquanto isso, as cidades da África e da América Latina vão devagar quanto à competitividade, segundo o estudo. “Enquanto a maioria das regiões tem pelo menos algumas cidades competitivas, a América Latina, em particular, performa relativamente mal em todas as categorias”, afirma o relatório. Depois de São Paulo, integram a lista, o Rio de Janeiro (76° lugar), Belo Horizonte (98°), e Porto Alegre (102°). Na África, a demora é maior, segundo o estudo, que afirma que a África do Sul oferece os únicos “competidores decentes”, como Johanesburgo (67°) e Cape Town (73°).
A Economist Intelligence prevê que as economias de diversas cidades na América Latina e na África devem crescer rapidamente até 2016. Nesse período, espera-se que Lagos, Lima, Bogotá, Medelin e Nairobi fiquem entre as 40 cidades de crescimento mais rápido. “Com melhorias em alguns aspectos de competitividade, como infraestrutura e ambiente regulatório, essas cidades poderiam subir rapidamente no ranking”, diz o estudo.
Mas esse crescimento não chega perto do que é esperado para a Ásia. As cidades asiáticas dominaram no critério “força da economia”. Dentre as vinte primeiras cidades nessa categoria, cinco são asiáticas. “Em termos de competitividade econômica, o peso do poder está se movendo rapidamente para o oriente”, afirma o estudo.
Enquanto no Ocidente, a maior perspectiva de crescimento para uma cidade europeia entre 2010 e 2016 é de 3,2% - para Estolcomo -, nos Estados Unidos a previsão é de 4% para Dallas, Houston e Seattle. Na Ásia, 12 cidades tem a expectativa de crescer mais de 10% por ano no mesmo período. As únicas cidades da Ásia que devem crescer em ritmo europeu estão na Austrália e no Japão.
Tamanho não é documento
O crescimento econômico mais rápido foi observado dentre as cidades médias, com populações entre 2 milhões e 5 milhões de pessoas. O estudo afirmou não ter visto nenhuma relação entre tamanho da cidade e competitividade. Cidades de qualquer tamanho podem ser competitivas, mas a densidade é um fator que auxilia na competitividade das cidades grandes.
Por outro lado, não adianta a cidade ser grande e populosa se o sistema de transporte não funciona, por exemplo. Nesse caso, a vantagem de ter muita força de trabalho esbarra na desvantagem de essa força de trabalho demorar para conseguir, efetivamente, trabalhar. É por isso que Hong Kong (4ª na lista), por exemplo, se saiu melhor que a Cidade do México (71ª).
Além da infraestrutura, elementos como a qualidade do sistema educacional, as atividades culturais e a qualidade de vida atraem talentos, segundo o estudo. “Uma coisa que pode atrapalhar uma cidade é não ter pessoas talentosas, ou não conseguir atrai-las”, disse Kevin Stolaric, diretor de pesquisas do Martin Prosperity Institute, na pesquisa. Mas apenas oferecer qualidade de vida não é suficiente. “Se você não tiver empregos, não importa quão maravilhosa a qualidade de vida é, você não vai conseguir atrair pessoas”, disse Stolarick.
O estudo cita Dubai, Santiago e Cingapura como exemplos de cidades que tem programas específicos para atrair talentos. Dubai é citada pelo seu ambiente de negócios favorável, com um regime de impostos que atrai trabalhadores; Santiago, por sua vez, tem iniciativas para atrair empresas do mundo todo e Cingapura está aumentando sua reputação como portão de entrada para o crescimento da Ásia.
A competitividade é determinada por uma série de fatores, segundo o estudo, incluindo o tamanho da economia e seu crescimento, o ambiente regulatório, a qualidade do capital humano e os aspectos culturais. O estudo observou 31 indicadores em cada uma das 120 cidades. Foram medidas oito categorias de competitividade.
Juntas, as 120 cidades observadas representam cerca de 29% da economia global - a contribuição delas para a economia global é maior que a da União Europeia, dos Estados Unidos ou da China, por exemplo.
Posição | Cidade | Pontuação (0 a 100) |
---|---|---|
1 | Nova York | 71,4 |
2 | Londres | 70,4 |
3 | Cingapura | 70,0 |
4 | Paris | 69,3 |
4 | Hong Kong | 69,3 |
5 | Tóquio | 68,0 |
6 | Zurique | 66,8 |
7 | Washington | 66,1 |
8 | Chicago | 65,9 |
9 | Boston | 64,5 |
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62 | São Paulo | 48,3 |
76 | Rio de Janeiro | 44,9 |
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120 | Teerã | 27,2 |