Economia

Santa Sé fechou 2014 com déficit de mais de 25 mi de euros

Em termos jurídicos, a Santa Sé é o escritório do papa e o conjunto de entes que cooperam e que exercitam as funções delegadas por ele


	Documento aponta que 2014 se confirmou como "um ano de transição para as novas políticas de tutela financeira baseadas em princípios contábeis internacionais para o setor público"
 (Andrew Medichini/AFP)

Documento aponta que 2014 se confirmou como "um ano de transição para as novas políticas de tutela financeira baseadas em princípios contábeis internacionais para o setor público" (Andrew Medichini/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de julho de 2015 às 10h57.

Cidade do Vaticano - A Santa Sé fechou o ano de 2014 com um déficit de mais de 25 milhões de euros, um resultado "muito próximo", embora acima do registrado no ano precedente, quando registrou um déficit de mais de 24 milhões de euros, informou nesta quinta-feira o Vaticano.

O documento divulgado hoje é o balanço consolidado da Santa Sé e do Governo e ele aponta que 2014 se confirmou como "um ano de transição para as novas políticas de tutela financeira baseadas em princípios contábeis internacionais para o setor público".

Em termos jurídicos, a Santa Sé é o escritório do papa e o conjunto de entes que cooperam e que exercitam as funções delegadas por ele, como a Secretaria de Estado e outros órgãos da Cúria romana.

Assim, o déficit da Santa Sé foi de 25.621.000 euros, "muito perto" do de 2013, quando foi de 24.471.000 euros.

Os principais ingressos de 2014, "além de outros investimentos", são 50 milhões do Instituto para Obras de Religião (IOR) e 21 milhões de euros provenientes das igrejas locais e das doações dos próprios fiéis.

Este último ocorre em virtude ao artigo 1.271 do Código de Direito Canônico, que estabelece que "por razão do vínculo de unidade e de caridade, e conforme as possibilidades de sua diocese, os bispos contribuam para que a Sede Apostólica disponha dos meios que necessita".

A Santa Sé não baseia seus recursos econômicos em impostos fixos oferecidos periodicamente pelas distintas diocese, mas em "taxas por serviços oferecidos e, principalmente, pelas ofertas ou contribuições livremente oferecidas pelos fiéis".

O patrimônio líquido aumentou em 939 milhões de euro, por causa de ajustes realizados para incluir todos os bens ativos e passivos do ano.

"Como nos anos precedentes", a principal despesa da Santa Sé é em pessoal, que em 2014 se situou em 126,6 milhões de euros, com um total de 2.880 trabalhadores distribuídos nos 64 entes que compõem a sede da Igreja Católica.

Por outro lado, o Governo é o conjunto de organismos que exercitam o poder executivo do Vaticano.

O Governo evidência um lucro de 63.519.000 milhões de euros com "uma melhora significativa" com relação a 2013, quando foram registrados pouco mais de 33 milhões de euros.

Isto se deve "em grande parte" ao lucros provenientes de atividades culturais, "especialmente seus museus", e de outros "investimentos favoráveis".

Seu patrimônio líquido aumentou em 63,5 milhões de euros. Os trabalhadores do Governo foram 1.903 em 2014.

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