Com os bancos centrais absorvendo grande parte do mercado de títulos, há agora mais de US$ 16 tri em dívidas com rendimento negativo (Andriy Onufriyenko/Getty Images)
Bloomberg
Publicado em 21 de agosto de 2021 às 16h25.
Última atualização em 23 de agosto de 2021 às 10h16.
Imagine gastar US$ 834 milhões por hora durante 18 meses.
Esse foi o quanto os bancos centrais gastaram comprando títulos desde o início da pandemia, de acordo com estrategistas do Bank of America, que estimam que só o Fed colocou US$ 4 trilhões.
É uma estatística que expõe a montanha de dinheiro sem precedente que manteve as empresas navegando durante os bloqueios e desencadeou o rali histórico do mercado acionário.
“O estímulo causou uma inflação imensa dos ativos de Wall Street”, escreveram estrategistas liderados por Michael Hartnett.
Com os bancos centrais absorvendo grande parte do mercado de títulos e empurrando para baixo os custos dos empréstimos, há agora mais de US$ 16 trilhões em dívidas com rendimento negativo. E é parte da razão pela qual os gestores de dinheiro dizem que não têm alternativa a não ser continuar comprando ações.
Para os investidores, a grande questão é por quanto tempo ainda os bancos centrais podem manter as torneiras de caixa abertas com força total. Na última reunião do Fed, a maioria dos formuladores de políticas concordou que a redução gradual poderia começar ainda este ano.
A variante delta pode ser o curinga. Na Nova Zelândia, o banco central se absteve de aumentar as taxas de juros depois que o país entrou em um bloqueio de três dias. Mas, como o Bank of America apontou: “Os investidores não têm medo de bancos centrais”.