Economia

Saldo do agronegócio recua 6,2% e fica em US$75,1 bi em 2015

A projeção do ministério para 2016 é de que o saldo comercial do agronegócio cresça 2%


	Agronegócio: a projeção do ministério para 2016 é de que o saldo comercial do agronegócio cresça 2%
 (Ty Wright/Bloomberg)

Agronegócio: a projeção do ministério para 2016 é de que o saldo comercial do agronegócio cresça 2% (Ty Wright/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de janeiro de 2016 às 15h51.

Brasília - A balança comercial do agronegócio registrou saldo comercial positivo de US$ 75,1 bilhões em 2015, resultado 6,22% abaixo do registrado em 2014. 

Tal desempenho foi resultado de exportações de US$ 88,2 bilhões (-8,8% ante o ano retrasado) e de importações de US$ 13 bilhões (-21,3%).

Na avaliação da secretária de Relações Internacionais de Agronegócio do Ministério da Agricultura, Tatiana Palermo, a atividade exportadora foi remuneradora para os produtores sobretudo pela alta do dólar, que compensou a queda do preço das commodities em nível mundial.

"Tivemos um ano positivo. Os principais produtos apresentaram recorde (de exportações) no ano passado", avaliou.

A projeção do ministério para 2016 é de que o saldo comercial do agronegócio cresça 2%, puxado principalmente pelo setor de carne bovina, que deve ampliar sua participação em novos e importantes mercados.

Os dados do ministério mostram ainda que o volume exportado de soja em grão, milho, frango in natura, café e celulose bateram recorde no ano passado.

Para a secretária, clima, qualidade da safra e condições de mercado favoreceram as vendas.

O volume embarcado de soja em grãos cresceu 19% em relação a 2014 e chegou a 54,32 milhões de toneladas.

A lista de recordes segue com farelo de soja, com 14,8 milhões de toneladas (aumento de 8%); milho, que alcançou 28,9 milhões de toneladas (+40%); café, com 2,09 milhões de toneladas (+1%); carne de frango in natura, com 3,89 milhões de toneladas (+7%) e celulose, com 11,97 milhões de toneladas (+8%).

Já a venda de carnes (bovina, de frango e suína) caiu 15,5%, apesar de ter sido o segundo produto na lista dos mais exportados no ano passado.

A do recordista frango representou 48% dos US$ 14,7 bilhões exportados. Para 2016, embora os embarques de carne bovina tenham retrocedido em 2015 ante 2014, o ministério espera incremento de US$ 1,3 bilhão nas vendas externas, em razão da abertura de novos mercados, como os Estados Unidos e China.

Além disso, entre fevereiro e março o ministério receberá uma comitiva de grandes investidores japoneses interessados em conhecer o sistema de produção de carne bovina no País.

O segmento de carne suína também deve colaborar com o incremento das vendas ao exterior em 2016. Tatiana Palermo relatou que está em fase de conclusão negociações com a Coreia do Sul e com a África do Sul e que ainda no primeiro trimestre esse trabalho deve apresentar os primeiros resultados.

A secretária celebrou o aumento da participação do agronegócio na balança comercial brasileira, que ficou em 46,2% do total - um recorde.

Ela acrescentou que a China foi o principal destino dos produtos brasileiros do agronegócio, sendo que, de toda a soja exportada pelo País, 75% tiveram o país asiático como destino.

Em dólares, o Brasil faturou US$ 21,28 bilhões só com as exportações para a China. O segundo principal destino foram os Estados Unidos (US$ 6,47 bilhões).

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) celebrou o desempenho do agronegócio em 2015 e associou os resultados à alta do dólar frente ao real e ao milho.

"O ótimo desempenho da produção, principalmente de milho safrinha, associado à valorização do dólar frente à moeda nacional, elevou a competitividade do milho brasileiro no mercado externo e possibilitou alavancagem nas exportações do produto", observou a entidade, por meio de nota.

Acompanhe tudo sobre:AgronegócioBalança comercialComércio exteriorExportaçõesTrigo

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto