Dinheiro: poupança segue como importante investimento, mas vem perdendo a força (Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas)
Da Redação
Publicado em 6 de outubro de 2014 às 17h29.
Brasília - Há nove anos os brasileiros não aplicavam tão pouco na caderneta de poupança em um mês de setembro.
O saldo direcionado a esse investimento, já descontados os saques, foi de R$ 1,370 bilhões no último mês, conforme informou nesta segunda-feira, 06, o Banco Central.
Em 2005, a pior marca até então, as retiradas haviam superado os depósitos em R$ 708 milhões.
No acumulado do ano, o resultado do investimento segue positivo em R$ 15,531 bilhões.
A cifra, no entanto, é 68% menor do que os R$ 48,948 bilhões vistos nos primeiros nove meses de 2013.
Além de ser o mais fraco desde 2005 para meses de setembro, o saldo do mês passado foi o terceiro pior deste ano.
Em agosto, foi visto um fraco desempenho, de R$ 518,319 milhões, enquanto abril foi o único mês a ter um resultado negativo em 2014, com as retiradas superando os depósitos em R$ 1,273 bilhão.
Em setembro do ano passado, a captação foi positiva em R$ 6,695 bilhões, o maior valor para o mês da série histórica iniciada em 1995.
Já o pior setembro registrado pelo BC foi em 2000, quando o saldo ficou negativo em R$ 1,851 bilhão.
Por pouco, o saldo da caderneta não ficou negativo no mês passado. Apenas no último dia de setembro, os ingressos foram maiores do que as retiradas de recursos em R$ 3,110 bilhões.
Até o dia 29, o resultado revelava que os saques superavam as aplicações em R$ 1,740 bilhão. É comum haver concentração dos investimentos na caderneta no último dia útil de cada mês, com a aplicação das sobras dos poupadores.
Vale destacar que setembro costuma ser um mês positivo porque também conta com o adiantamento do pagamento do 13º salário a aposentados e pensionistas.
Os depósitos no mês passado somaram pouco mais de R$ 145,095 bilhões, enquanto os saques totalizaram pouco mais de R$ 143,725 bilhões.
Incluindo R$ 3,568 bilhões de rendimentos, o saldo total da poupança chegou a R$ 643,413 bilhões em setembro, ante R$ 638,474 bilhões no mês anterior.
A aplicação segue como importante investimento entre os brasileiros, mas vem perdendo a força nos últimos meses.
Desde maio de 2012, mudanças nas regras de remuneração da aplicação deixam a caderneta menos atrativa quando há alta dos juros.
Pela nova forma, sempre que a taxa básica de juros, a Selic, for igual ou menor que 8,5% ao ano, o rendimento passa a ser 70% da Selic mais a Taxa Referencial (TR).
Atualmente, a taxa básica está em 11,00% ao ano. Quando o juro sobe a partir de 8,75% ao ano, passa a valer a regra antiga de remuneração fixa de 0,5% ao mês mais TR.