Economia

Salários reduzem concorrência da indústria no país, diz Bird

Segundo o vice do Banco Mundial, esse é o fator que impede o Brasil de concorrer com os países asiáticos no mercado internacional


	Banco Mundial: percebe-se uma redução do parque industrial no Brasil
 (Win McNamee/Getty Images)

Banco Mundial: percebe-se uma redução do parque industrial no Brasil (Win McNamee/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 26 de maio de 2014 às 14h55.

São Paulo - O vice-presidente do Banco Mundial, Otaviano Canuto, disse nesta segunda-feira, 26, que é difícil para a indústria o Brasil concorrer com países asiáticos no mercado internacional, dada a forte diferença entre as práticas salariais desses países.

"O fator Ásia, com países vindo de baixo e com outras normas e aspirações de salários, torna, se não impossível, muito difícil imaginar que um país como o Brasil, com essa cultura e norma de salários, seja capaz de competir com os países de fronteira de renda baixa e como Vietnã, Camboja", disse Canuto durante Seminário Indústria e Desenvolvimento Produtivo do Brasil, que a Escola de Economia em São Paulo (EESP) e o Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), ambos da Fundação Getulio Vargas (FGV), organizam hoje e na terça-feira, 27.

Estes países, de acordo com o vice-presidente do Banco Mundial, estão conseguindo fazer a transição dos baixos salários pagos a seus trabalhadores para o desenvolvimento de seu parque industrial.

No Brasil, ao contrário, percebe-se uma redução do parque industrial, segundo Canuto.

"Isso quer dizer que essa desindustrialização precoce brasileira é interminável?", questiona o vice-presidente do Banco Mundial. Ele mesmo responde que não.

Segundo Canuto, o desempenho da indústria depende de fundamentos domésticos, que no momento não têm ajudado e têm afetado o setor industrial.

Por isso, neste aspecto, ele diz concordar com o diretor da EESP, Yoshiaki Nakano, que defende a saída da atual matriz macroeconômica, composta por juros câmbio apreciado, juros altos e política fiscal expansionista.

"Um tema que também não é muito 'sexy' no Brasil é o custo para se fazer negócios. O custo para se fazer negócio no nosso País é um dos piores do mundo", apontou Canuto.

E esses altos custos para fazer negócios têm afetado entre outras coisas, de acordo ele, a capacidade de concorrência da indústria brasileira.

Acompanhe tudo sobre:Banco MundialSalários

Mais de Economia

China lidera mercado logístico global pelo nono ano consecutivo

China lidera mercado logístico global pelo nono ano consecutivo

Indústria de alta tecnologia amplia sua produção pela primeira vez desde 2018

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio