Cuba: um dos setores mais bem pagos na ilha são os da indústria açucareira (1.246 CUP/US$ 49,8) (Enrique De La Osa/Reuters)
EFE
Publicado em 29 de junho de 2017 às 18h14.
Havana - O salário médio mensal em Cuba em 2016 foi de 740 pesos cubanos (CUP), equivalentes a US$ 29,6, com essa cifra aumentando em setores como o açucareiro, o mais bem pago com 1.246 CUP (US$ 49,8), e caindo nos de administração pública, defesa e previdência social, com 510 CUP (US$ 20,4).
Esses números fazem parte da publicação "Salário médio em cifras 2016", divulgada nesta quinta-feira no site do Escritório Nacional de Estatística e Informação da ilha e que calcula o salário médio mensal por províncias desde 2007 e o salário médio mensal por categoria de atividade econômica desde 2014.
Segundo o relatório, o salário médio cubano passou de 408 CUP (US$ 16,3) em 2007 a 740 CUP em 2016.
Por províncias, as que têm melhores salários são Ciego de Ávila (816 CUP/US$ 32,6), Villa Clara (808 CUP/US$ 32,3) e Matanzas (806 CUP/US$ 32,2), enquanto que os salários mais baixos são recebidos em Guantánamo (633 CUP/US$ 25,3), Isla de la Juventud (655 CUP/US$ 26,2) e Santiago de Cuba (657 CUP/US$ 26,2).
Os setores mais bem pagos na ilha são os da indústria açucareira (1.246 CUP/US$ 49,8), da exploração de minas (1.218 CUP/US$ 48,7), da intermediação financeira (1.032 CUP/US$ 41,2) e de agricultura, gado, silvicultura e pesca (991 CUP/US$ 39,6).
Pelo contrário, as atividades econômicas com remunerações mais baixas são as de "novas atividades de serviços comunais, de associações e pessoais" (503 CUP/US$ 20,1), administração pública, defesa e previdência social (510 CUP/US$ 20,4), cultura e esporte (511 CUP/US$ 20,4) e educação (533 CUP/US$ 21,32).
Os baixos salários que a ilha socialista paga aos seus funcionários estatais frente ao elevado custo dos produtos básicos na ilha, que importa 80% dos alimentos que requer, são objeto constante de críticas por parte de organizações internacionais e também de movimentos opositores.
A saúde e a educação são de acesso universal e gratuito em Cuba, e os seus cidadãos recebem alguns alimentos básicos do Estado por meio da "caderneta de abastecimento".
Mas essa caderneta, que há décadas chegou a cobrir grande parte das necessidades da população - inclusive de roupas, sapatos e brinquedos infantis -, foi reduzindo a quantidade e tipos de produtos subsidiados.
Atualmente, um cubano adulto recebe por mês aproximadamente sete libras de arroz, quatro de açúcar, meio litro de óleo de soja, um pacote de café misturado, um pacote de massa, cinco ovos e pequenas quantidades de carne de frango. As crianças também têm um litro diário de leite até que completem sete anos.
Em 2011, o presidente cubano, Raúl Castro, aprovou a autorização de novas categorias de trabalho por conta própria como umas das medidas para compensar a progressiva redução de 500.000 postos de trabalho do setor estatal.
Outra das principais distorções na economia cubana é a circulação simultânea de duas moedas: a moeda nacional, que é o peso cubano (CUP), e o peso conversível em moeda (CUC), com um valor artificial equivalente ao dólar e que, segundo a taxa oficial de câmbio, equivale a 25 CUP.
O governo cubano reconheceu a necessidade de unificar as duas moedas, mas, por enquanto, a medida segue pendente.