Quase metade dos gerentes ouvidos pela Nomura avaliaram que a saída da Grécia da zona do euro teria sido uma opção melhor para o país (Yannis Behrakis/Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de julho de 2015 às 17h18.
Atenas - O acordo no último minuto em julho entre a Grécia e seus credores para a liberação de mais ajuda financeira ao país gerou ceticismo entre investidores.
Quase a metade dos mais de 400 gerentes de ativos globais ouvidos pela Nomura avaliou que a saída do país da zona do euro teria sido uma opção melhor para o país, segundo uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira.
Os resultados da pesquisa são um lembrete de que o mais recente resgate ao país não retirou da mesa todas as questões ameaçando a zona do euro.
Nesta segunda-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou que, se por um lado a ameaça de contágio diminuiu, a situação na Grécia é "fluida" e "uma fonte crucial de incerteza. Para além disso, a zona do euro enfrenta limites maiores para a velocidade de seu crescimento econômico".
O analista Jens Nordvig, da Nomura, disse que os investidores viram o acordo com a Grécia "de maneira muito pessimista". Para 56% dos investidores ouvidos, as chances de mais integração na zona do euro diminuíram, durante os últimos meses.
"Os acontecimentos nos últimos um ou dois meses criaram mais pessimismo sobre o projeto europeu como um todo. A metade dos participantes da pesquisa pensa que a debacle da Grécia levará o BCE a afrouxar mais de alguma maneira", disse Nordvig, referindo-se ao Banco Central Europeu (BCE) e à política monetária da instituição.
A mudança no humor tem algumas implicações de investimento.
A Nomura concluiu que os gerentes de ativos esperam que o euro continue a desvalorizar, enquanto 42% preveem uma queda nos preços dos bônus dos países da chamada periferia da zona do euro, como Portugal e Grécia.
O impacto para a perspectiva dos investidores para as ações é menos acentuado. Apenas 27% deles tornaram-se mais negativos em relação às ações europeias, com 18% mais otimistas.
O caso grego não impactou as visões de cerca de metade dos investidores de ações, ponto destacado pelo analista da Nomura.