Eduardo Braga, ministro de Minas e Energia: executivo defende que para o Brasil sair da crise é necessário investimento em infraestrutura (Geraldo Magela/Agência Senado)
Da Redação
Publicado em 5 de abril de 2016 às 19h34.
São Paulo - O presidente da CPFL Energia, Wilson Ferreira Jr., avaliou que a saída do ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB), do cargo, por conta da saída do partido da base do governo, seria negativa para o setor. "(Braga) tem sido um bom ministro", disse, ao ser questionado sobre o assunto.
"É um ministro que está aqui há um ano e dois, três meses e que fez muita coisa: arrumou a distribuição, arrumou a geração, agora está arrumando a transmissão, acertou modelos regulatórios, está liderando isso com o conjunto dos agentes", afirmou, ao comentar o fato de que o setor elétrico foi o único, na área de infraestrutura, que aumentou os investimentos nos últimos dois anos.
Segundo ele, essa liderança do setor elétrico ocorre porque se trata de uma área em que houve evolução da regras setoriais. "Tinha os desafios da crise hídrica, mas especialmente o modelo regulatório do setor vem evoluindo no tempo", justificou, citando o realismo tarifário e o fim dos subsídios, além da transparência da agência reguladora. "Isso é o que chamo de ciclo virtuoso, que é, na minha opinião, a saída para o País", disse.
O executivo, que também é presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib), defende que para o Brasil sair da crise é necessário investimento em infraestrutura. "Temos que ser capazes de atrair investimento nacional e internacional para os desafios de infraestrutura que nós temos. Somos uma das maiores economias do mundo e na qualidade de infraestrutura somos o 90ª do mundo. Tem alguma coisa errada, falta estrada, portos, aeroportos, transmissão", disse.
Para ele, a atração de investimentos depende da melhoria da regulação. Ele citou o recente caso da transmissão, que, após passar por uma revisão, teve a taxa interna de retorno para os novos projetos elevada. O segmento, no entanto, ainda passará por sua prova de fogo, na próxima semana, quando será realizado o primeiro leilão com lotes sob a nova TIR.