Economia

Saída da equipe econômica aceleraria catástrofe, diz economista

Claudio Porto avalia que tanto o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, quanto o presidente do BC, Ilan Goldfajn, devem permanecer "para evitar o pior"

Henrique Meirelles: "Nesta confusão toda, creio que Meirelles está preservado. Ele é muito experiente e entende muito sobre questões de compliance" (REUTERS/Ueslei Marcelino/Reuters)

Henrique Meirelles: "Nesta confusão toda, creio que Meirelles está preservado. Ele é muito experiente e entende muito sobre questões de compliance" (REUTERS/Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de maio de 2017 às 17h53.

São Paulo - Um eventual desembarque da equipe econômica do governo significaria "acelerar a catástrofe" que atingiu a recuperação econômica do Brasil nesta semana, em decorrência da delação da JBS envolvendo o presidente Michel Temer, avalia o economista e presidente da Macroplan, Claudio Porto.

Por isso, o profissional entende que tanto o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, quanto o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, devem permanecer, "para evitar o pior".

"O mercado está olhando bem de perto esta situação, esperando que eles fiquem para conter os danos. Nesta confusão toda, creio que Meirelles está preservado. Ele é muito experiente e entende muito sobre questões de compliance", afirmou ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado.

"Eles (equipe econômica) estão com uma postura muito correta. A equipe é de primeira qualidade, mas sozinhos eles não resolvem", afirmou.

O conteúdo das gravações divulgadas na quinta-feira, 18, em que Temer e Joesley conversam sobre relações com políticos e membros do judiciário, acabou com qualquer perspectiva de governabilidade, avalia Porto.

"Temer não consegue montar uma base de sustentação política, a não ser à base do pior fisiologismo. Politicamente ele está muito frágil e os agentes políticos e econômicos estão paralisados. Se tiver uma solução rápida e de qualidade, a agenda de reformas pode ser salva, mas no curtíssimo prazo, elas não têm nenhuma condição de prosperar."

Observando um horizonte mais amplo, o economista apontou que o mercado pode se beneficiar deste "novo patamar de sofisticação das investigações, com operações controladas".

"A médio e longo prazo, será positivo para a renovação do capitalismo brasileiro, interrompendo algumas práticas bastante generalizadas, como apadrinhamento e impunidade", avaliou.

Acompanhe tudo sobre:Delação premiadaHenrique MeirellesIlan GoldfajnJBSJoesley BatistaMichel Temer

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto