Café: contratos futuros do café arábica têm apresentado fraqueza na bolsa de Nova York (Mauricio Lima/AFP)
Da Redação
Publicado em 6 de junho de 2014 às 12h35.
São Paulo - As chuvas recentes que atingiram regiões produtoras de café no Brasil não têm potencial para recuperar a colheita deste ano, que deverá ficar dentro do intervalo previsto anteriormente de 40,1 milhões a 43,3 milhões de sacas, afirmou nesta sexta-feira o Conselho Nacional do Café (CNC) em meio a especulações do mercado de uma quebra menor que a esperada na safra nacional, o que tem pressionado os preços.
Para o CNC, que representa os produtores, as chuvas não poderiam propiciar a recuperação da produção deste ano, "haja vista que os grãos já passaram por sua fase de granação, ou seja, já desenvolveram o que tinham que desenvolver".
"O máximo que essas precipitações poderiam ocasionar seria uma recuperação das plantas para a safra 2015, no entanto, o volume de água foi muito baixo e, portanto, insatisfatório para suprir o solo e os pés de café para passarem pelo período seco", disse o CNC em nota.
Os contratos futuros do café arábica têm apresentado fraqueza na bolsa de Nova York, tendo recuado pouco mais de 20 por cento ante o pico do ano registrado em meados de abril, de 2,19 dólar por libra-peso, diante de avaliações do mercado de que a safra no maior produtor global não será tão ruim quanto o esperado. O recuo ocorreu após uma disparada nos preços no ano até meados de abril, quando o mercado reagia a perdas na produção brasileira por conta do tempo seco sem precedentes nos meses tradicionalmente chuvosos de janeiro e fevereiro.
Comparando a estimativa do CNC com a do Ministério da Agricultura para 2013, a safra brasileira de 2014 poderia recuar 18,4 por cento, na pior das hipóteses.
O governo brasileiro, entretanto, estima a quebra menor na safra nacional ante 2013, de 9,3 por cento, para 44,57 milhões de sacas.
"É válido frisar, ainda, que a retomada das chuvas, no presente momento, pode trazer novo problema relacionado à qualidade, pois derrubaria os grãos dos pés e interferiria na secagem da produção", acrescentou o CNC.
O Brasil está em processo de colheita da safra de 2014. Alguns integrantes do mercado relatam que o total colhido já atingiu cerca de 20 por cento.