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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.
Rio de Janeiro - A economia brasileira deve crescer 6% este ano e 4,7% no ano que vem, segundo a avaliação da presidente da Standard & Poor's Brasil, Regina Nunes. Segundo a executiva, o crescimento deve ser capitaniado pelo forte mercado doméstico e pela boa condução de políticas por parte do governo. "O Brasil é administrado com políticas fiscal e monetária extremamente pragmáticas e com efeitos benéficos para o país no curto, no médio e longo prazo", disse.
Na avaliação de Regina, a economia brasileira tem fundamentos para não se deixar contaminar pelo cenário turbulento na Europa, afetado pela atual crise econômica na Grécia. Na análise da executiva, a única maneira de a economia brasileira ser realmente contaminada pela crise europeia seria o advento de uma crise financeira global, originada do atual ambiente de turbulência na zona do euro. "O que atualmente ainda não aconteceu." Ela lembra que, no momento, o rating do Brasil é BBB menos, o que indica estabilidade.
A executiva também elogiou o corte de R$ 10 bilhões anunciado na semana passada no Orçamento de 2010. "Quando você coloca a política monetária e fiscal para andarem juntas, isso é sempre um excelente sinal". Disse. No entanto, Regina fez algumas ressalvas quanto as perspectivas de longo prazo na economia brasileira. Ela considerou que ainda existem algumas restrições para um crescimento econômico sustentável, como a dívida líquida do governo e carga de juros elevada; inflexibilidade orçamentária frente ao aumento no volume de gastos ativos e barreiras estruturais, que diminuem o investimento e o crescimento em comparação com outras economias emergentes.
Sobre o cenário político e a condução do novo governo a partir de 2011, a executiva defendeu uma atenção maior para a microeconomia e uma diminuição na condução de políticas anticíclicas para estimular a economia brasileira. Ela participou do seminário 40 anos da Apimec.