Economia

Rússia se posicionará contra ampliação de cortes da Opep

Qualquer nova redução da oferta logo após a ampliação do acordo existente enviaria a mensagem errada ao mercado de petróleo, disse fonte

Opep: a Rússia planeja organizar uma reunião com alguns ministros da Opep e vários não membros, em 24 de julho (Joe Klamar/AFP)

Opep: a Rússia planeja organizar uma reunião com alguns ministros da Opep e vários não membros, em 24 de julho (Joe Klamar/AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de julho de 2017 às 17h00.

Moscou - A Rússia deseja manter o acordo atual da Opep e se posicionaria contra qualquer proposta para aprofundar os cortes de produção na reunião ministerial do grupo programada para o fim do mês, disseram quatro representantes do governo russo.

Qualquer nova redução da oferta logo após a ampliação do acordo existente enviaria a mensagem errada ao mercado de petróleo, disse uma das pessoas.

Uma medida do tipo sugeriria que a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), a Rússia e seus aliados temem que seu pacto para reduzir a produção em um total de 1,8 milhão de barris por dia até março de 2018 não esteja sendo suficiente para respaldar os preços, disse o funcionário. Todas as quatro pessoas falaram sob condição de anonimato.

A Rússia planeja organizar uma reunião com alguns ministros da Opep e vários não membros em São Petersburgo, em 24 de julho.

Eles discutirão o avanço rumo à eliminação do excedente global de oferta em um momento em que surgem dúvidas quanto a se os cortes serão bem-sucedidos em meio à recuperação da produção do xisto dos EUA.

Apesar de o petróleo Brent ter se recuperado do menor patamar em sete meses, atingido em junho, analistas como o Goldman Sachs afirmam que os cortes de produção precisam ser intensificados.

As produtoras de petróleo de capital aberto da Rússia, estatais ou não, reduziram voluntariamente sua produção em cerca de 300.000 barris por dia em relação a um recorde do período pós-soviético, alcançado em outubro, para respaldar os preços.

O ministro da Energia, Alexander Novak, concordou em maio em estender essa redução por nove meses, até o fim do primeiro trimestre de 2018.

Parte do governo se opõe a novos cortes e a qualquer novo prolongamento do acordo, disse outra das pessoas.

Quanto mais os limites à produção continuarem em vigor, pior será a volatilidade quando os produtores forem liberados do acordo, disse a pessoa.

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