Economia

Rússia prepara medidas contra novas sanções dos EUA

O primeiro ministro da Rússia afirmou que as novas sanções dos EUA são inadmissíveis e que estão fora do que estabelece o direito internacional

Rússia: na semana passada, o governo americano impôs sanções econômicas contra oligarcas e funcionários russos (Carlos Barria/Reuters)

Rússia: na semana passada, o governo americano impôs sanções econômicas contra oligarcas e funcionários russos (Carlos Barria/Reuters)

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EFE

Publicado em 9 de abril de 2018 às 11h50.

Última atualização em 9 de abril de 2018 às 11h55.

Moscou - O primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, ordenou nesta segunda-feira o governo que prepare medidas de resposta contra os Estados Unidos, que na semana passada anunciou sanções econômicas contra oligarcas e funcionários russos.

"Essas decisões são, certamente, inadmissíveis. As consideramos ilegítimas, já que estão fora do que estabelece o direito internacional", disse Medvedev, segundo veículos de imprensa locais.

O primeiro-ministro garantiu que Moscou se reserva o direito a tomar medidas de resposta, "incluídos os acordos e procedimentos comerciais vigentes" com os EUA, e acusou este país de ocultar por trás de uma "farsa política" seu autêntico alvo, que, na sua opinião, é promover seus interesses no mundo todo "contra a ordem e as regras comerciais vigentes".

A última rodada de sanções contra a Rússia "busca um alvo pragmático evidente e simples: resolver suas próprias tarefas econômicas com métodos paralelos à concorrência", afirmou o primeiro-ministro.

Além disso, Medvedev garantiu que o Executivo apoiará as empresas do setor metalúrgico, energético, industrial e militar afetadas pelas sanções.

O governo dos EUA impôs na semana passada sanções econômicas contra oligarcas e funcionários russos por sua participação "em ações perversas no mundo todo", inclusive em "tentativas de minar as democracias ocidentais".

Entre os sancionados estão Kirill Shamalov, genro do presidente Vladimir Putin e um dos principais acionistas da empresa energética Sibur; o multimilionário Oleg Deripaska, fundador da empresa elétrica En+Group; Viktor Vekselberg, presidente de Renova, e Vladimir Bodganov, diretor da companhia petrolífera Surgutneftegaz.

Já entre os altos funcionários figura Alexei Miller, aliado próximo de Putin e chefe do consórcio de gás Gazprom; Nikolai Patrushev, secretário-geral do Conselho de Segurança; e Andrei Kostin, diretor do banco VTB.

Várias das corporações afetadas pelas sanções, como a Rosoboronexport, que se dedica à exportação de armamento, negaram hoje que as sanções podem repercutir em suas operações.

A companhia russa Rusal, controlada por Deripaska e um dos maiores produtores de alumínio do mundo, perdeu quase metade de seu valor na Bolsa e está à beira de uma moratória, segundo informou hoje a corporação em comunicado.

Além disso, a cotação do euro na Bolsa russa superou os 73 rublos pela primeira vez desde setembro de 2016, enquanto o dólar já está em torno de 60 rublos.

 

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