A Yukos, antigo número um do petróleo na Rússia, foi desmantelada pelo poder em Moscou há dez anos sob acusações de fraude fiscal (Natalia Kolesnikova/AFP)
Da Redação
Publicado em 28 de julho de 2014 às 15h06.
Londres - A justiça internacional condenou a Rússia a pagar 50 bilhões de dólares aos acionistas por desapropriação do antigo gigante petroleiro russo Yukos, anunciaram nesta segunda-feira seus representantes.
A Corte Permanente de Arbitragem de Haia julgou, em 18 de julho, que a Rússia forçou a falência da Yukos e vendeu seus ativos a empresas estatais por motivos políticos, declarou, em Londres, Tim Osborne, antigo acionista majoritário.
O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, assinalou que seu país "utilizará todas as opções jurídicas para defender sua posição neste caso", assim que foi divulgado o veredicto.
Em seguida, o ministério russo das Finanças anunciou que o país apelará da condenação.
"Devido a lacunas importantes na decisão, a Rússia recorrerá ante os tribunais da Holanda e espera um resultado justo. Será um procedimento de anulação da setença", afirmou o ministro Serguei Storchak, citado pela agência Itar-Tass.
Duas famílias da filial GML e um fundo de pensões dos antigos funcionários da companhia são os autores desse processo aberto em 2005 ante a corte de Haia.
A Yukos, antigo número um do petróleo na Rússia, foi desmantelada pelo poder em Moscou há dez anos sob acusações de fraude fiscal. Ela foi vendida em grande parte para o grupo petroleiro estatal Rosneft.
Seu principal fundador, Mikhail Khodorkovski, foi preso durante uma década e indultado inesperadamente em 20 de dezembro passado pelo presidente russo Vladimir Putin.
Antigo oligarca crítico em relação ao Kremlin e ex-homem mais rico da Rússia, Khodorkovski afirmou pouco depois de sua libertação que já não fazia parte dos processos judiciais contra o Estado russo.