Economia

Roubini: Não se pode descartar uma implosão do euro

Economista adverte zona do euro para possível contágio da crise grega

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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2010 às 16h59.

Roma - O respeitado economista Nouriel Roubini, conhecido por seu pessimismo, afirmou nesta quinta-feira que não se pode descartar uma implosão do euro, devido ao risco de que a crise grega se alastre por toda a Europa.

Roubini, americano de origem turca, foi um dos poucos especialistas que previram a grave crise financeira de 2007-2008.

"Neste momento, não se pode excluir uma implosão do euro. O efeito de contágio é uma possibilidade real não apenas para os países mais ricos", assegurou, em uma entrevista ao jornal italiano La Repubblica.

Para o professor de economia, os países que correm mais perigo são Portugal, seguido da Irlanda e da Espanha, e, a uma distância razoável, a Itália.

O especialista advertiu que a Itália "deve evitar ficar parada e deve prosseguir realizando reformas, já que as dificuldades perduram, do endividamento até a falta de competitividade".

Roubini acredita que é possível evitar o pior, "mas não com um plano de resgate como o previsto para a Grécia porque adotar um programa de austeridade fiscal com um déficit de 10% do PIB é uma missão impossível".

Roubini propõe um plano B, que prevê, entre outras coisas, a reestruturação do endividamento grego a partir de uma ampliação dos intercâmbios com a oferta de novos títulos em troca dos existentes.

"Uma proposta que não agrada os credores, mas é preciso convencê-los que, de outra maneira, perderão tudo", concluiu.


Outros especialistas estão preocupados que a crise da dívida grega ameace se estender para outros países que adotaram a moeda única, evidenciando ao mesmo tempo as dificuldades de governança e as disparidades econômicas da zona do euro, que poderão comprometer sua própria sobrevivência.

Os mercados ainda não estão convencidos do êxito do plano de ajuda à Grécia, decidido no final de semana passado pela União Europeia e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Duvidando que o país consiga organizar suas finanças públicas, eles temem também que a crise se propague para outros países da zona do euro, principalmente Espanha e Portugal.

Nesta tempestade financeira, aqueles que já começam a questionar a própria sobrevivência da moeda única são cada vez mais numerosos.

O temor foi expressado na terça-feira pelo Prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz, conhecido por sua eurofilia: "o futuro do euro talvez seja limitado".

Desde janeiro, os economistas já denunciam a lentidão da resposta europeia à crise grega. O plano de resgate foi adotado apenas depois de trabalhosas negociações, principalmente com uma Alemanha muito hesitante.


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