Economia

Roberto Azevedo diz que OMC vive a pior crise da história

OMC está paralisada por conta de bloqueio pela Índia de acordo concluído em Bali em dezembro de 2013 sobre simplificação das regras do comércio mundial

Sede da OMC em Genebra: crise é a pior da história segundo Azevedo (Reuters)

Sede da OMC em Genebra: crise é a pior da história segundo Azevedo (Reuters)

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Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2014 às 10h45.

A Organização Mundial do Comércio (OMC), paralisada em função do bloqueio pela Índia do acordo concluído em Bali em dezembro de 2013, enfrenta a crise mais grave de sua história, alertou neste sábado, em Pequim, seu diretor-geral, brasileiro Roberto Azevedo.

"Na prática, as negociações multilaterais dentro da organização estão paralisadas por este impasse", lamentou ante a imprensa em Pequim.

"As importantes negociações sobre o conjunto das medidas previstas pelo acordo de Bali estão suspensas e a paciência dos Estados membros está acabando rapidamente", afirmou o brasileiro, que dirige a OMC desde 2013.

O conjunto dos 160 países membros da OMC chegou a um acordo, em dezembro passado, na Indonésia, sobre um texto que pretendia reformar e simplificar as regras do comércio mundial, em particular os procedimentos alfandegários.

O acordo foi negociado durante quase dez anos.

No entanto, a Índia rejeitou assinar o protocolo do acordo de Bali em julho passado, algo indispensável para iniciar o período de ratificação do texto pelos Estados membros.

"É a crise mais grave que a OMC já enfrentou", insistiou Azevedo, que participa no Fórum de Cooperação Econômica Ásia Pacífico (Apec) em Pequim.

A Índia exige garantias sobre as ajudas financeiras concedidas a seus produtores agrícolas, que os países ocidentais contestam porque consideram subvenções disfarçadas.

Washington e Nova Délhi realizaram discussões bilaterais sobre o tema, segundo Azevedo, que disse ter sido informado pelo representante do Comércio Exterior americano (USTR), Michael Froman.

"No entanto, não parece que tenha havido avanços durante estas negociações", lamentou.

O diretor-geral da OMC viajará em meados de novembro à Austrália para o G20, e assegurou que insistirá na gravidade da situação.

A OMC tem duas missões principais, que é definir novas regras para o comércio interniaconal e resolver os conflitos comerciais entre os países membros.

O acordo de facilitação de intercâmbios é o primeiro em nível multilateral concluído desde a criação do organismo.

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