Indústria: o volume de produção diminuiu nos três subsetores acompanhados (zhudifeng/ThinkStock)
Da Redação
Publicado em 1 de outubro de 2015 às 10h57.
São Paulo - O ritmo de queda da atividade industrial do Brasil diminuiu em setembro, porém o setor permaneceu em território de contração pelo oitavo mês seguido em meio a uma produção menor e cortes de empregos, apontou o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).
O Markit informou nesta quinta-feira que o PMI da indústria brasileira subiu a 47,0 em setembro ante 45,8 em agosto, mas apesar de ter deixado para trás o menor nível desde setembro de 2011 permaneceu abaixo da marca de 50 que indica contração pela oitava vez seguida.
A nova retração vista em setembro decorreu de mais uma queda nas entradas de novos pedidos, o que voltou a provocar retração da produção. Ainda que as taxas de contração tenham diminuído, o Markit as considerou "acentuadas".
"... o cenário ainda parece nublado já que questões domésticas sugerem que a economia do país não vai virar no futuro próximo", destacou a economista do Markit Pollyanna De Lima.
O volume de produção diminuiu nos três subsetores acompanhados, com destaque para as empresas de bens intermediários.
Diante da instabilidade econômica e das pressões competitivas, foi o mercado interno a principal fonte de fraqueza nos novos pedidos, dado que o volume proveniente do exterior ficou inalterado em relação a agosto após cinco meses de quedas.
A fraqueza do setor provocou novos cortes de empregos em setembro, devido à tentativa de contenção de despesas pelas empresas.
A pressão inflacionária nos custos de insumos também se arrefeceu em setembro, mas a depreciação do real foi considerada o motivo da alta dos preços, sendo que os custos adicionais foram repassados aos clientes.
A indústria vem exercendo forte pressão para baixo na economia brasileira, reforçando o cenário de recessão pela qual passa o país, com inflação e juros elevados.
Na pesquisa Focus do Banco Central, a expectativa é de que o setor tenha contração de 6,65 por cento neste ano, e os especialistas consultados já passaram também a ver retração em 2016, de 0,60 por cento.