Economia

Risco de racionamento de energia está em 12%, diz PSR

Estimativas sugerem que se volume de chuvas entre novembro e abril ficar em 80% da média de longo termo, risco de racionamento é de 35%


	Energia: entre problemas a serem superados pelo setor está principalmente preço da energia
 (Adriano Machado/Bloomberg)

Energia: entre problemas a serem superados pelo setor está principalmente preço da energia (Adriano Machado/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2014 às 16h03.

São Paulo - O volume de chuvas no chamado período úmido, entre novembro e abril, determinará a necessidade de ser implementado ou não um racionamento de energia no Brasil a partir do mês de maio de 2015.

Estimativas da consultoria especializada PSR sugerem que se o volume de chuvas nesse intervalo ficar em 80% da média de longo termo (MLT), o risco de racionamento atinge 35%. Hoje, esse risco está em torno de 12%.

"Depende de como será o período úmido. Se o período úmido vier mais seco, esses 12% aumentam e podem chegar a 35%. Se vier mais úmido a gente supera o risco de ser decretado o racionamento", projeta a sócia da PSR, Priscila Lino.

"Mas isso não quer dizer que os problemas estejam resolvidos, porque os reservatórios ainda precisarão de um tempo para se recuperarem", complementou a especialista, que participou nesta segunda-feira, 29, do 2º Encontro Nacional de Consumidores Livres, promovido pelo Grupo Canal Energia, em São Paulo.

O número de 80% da MLT, explica Priscila, leva em consideração o cenário mais seco das simulações feitas pela consultoria para o período úmido.

"Como precisamos nos precaver contra uma incerteza, o ideal é fazer projeção para um cenário mais adverso", justificou. O racionamento, nesse cenário mais desfavorável, poderia ser adotado já a partir de maio de 2015, com o início do chamado período seco.

Entre os problemas a serem superados pelo setor em um cenário mais adverso está principalmente o preço da energia.

Cálculos da PSR sugeriam que o custo da energia no Brasil teria um acréscimo médio de 25% em 2015, conforme noticiado pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado,na semana passada.

Esse número poderia subir a 28% após a decisão do governo de congelar o repasse de R$ 4 bilhões à Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

Hoje, diante de uma plateia formada por grandes consumidores de energia e especialistas e executivos do setor energético, Priscila enfatizou que a energia sofrerá um acréscimo médio de R$ 50 por MWh em 2015.

O cálculo leva em consideração a necessidade de serem incorporados à tarifa os valores a serem praticados pelas distribuidoras de forma que essas empresas possam honrar os empréstimos bilionários concedidos por bancos ao setor neste ano, além de recursos referentes ao empréstimo ao Tesouro feito no ano passado.

Também há a incorporação de valores represados neste ano por descasamento de ajustes, pelo custo ainda não internalizado por algumas distribuidoras dos valores praticados no leilão A-0 de abril passado e pelo risco hidrológico associado às cotas de concessão prorrogadas.

O cálculo não inclui, por outro lado, a estimativa com o beneficio da prorrogação das concessões, esse com impacto de queda nos preços.

Ao mesmo tempo, não entra na conta o aumento da tarifas de uso do sistema de distribuição (TUSD), o efeito da inflação nas tarifas e o possível impacto com aumento no custo dos combustíveis, caso do óleo e do gás.

Acompanhe tudo sobre:ChuvasClimaEnergiaEnergia elétricaServiços

Mais de Economia

BB Recebe R$ 2 Bi da Alemanha e Itália para Amazônia e reconstrução do RS

Arcabouço não estabiliza dívida e Brasil precisa ousar para melhorar fiscal, diz Ana Paula Vescovi

Benefícios tributários deveriam ser incluídos na discussão de corte de despesas, diz Felipe Salto

Um marciano perguntaria por que está se falando em crise, diz Joaquim Levy sobre quadro fiscal