Banco Central: solvência do sistema bancário apresentou estabilidade no primeiro semestre (Gregg Newton/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 18 de setembro de 2014 às 11h40.
Brasília - O risco de liquidez de curto prazo do sistema bancário brasileiro mostrou pequeno aumento no primeiro semestre deste ano, mas ainda continua baixo, ao mesmo tempo em que o setor continuou mostrando "elevada resiliência".
As informações estão no Relatório de Estabilidade Financeira do Banco Central, divulgado nesta quinta-feira, mostrando que Índice de Liquidez passou a 1,51 entre janeiro e junho deste ano, sobre 1,58 visto no segundo semestre de 2013.
"O risco de liquidez continua baixo, apesar do aumento no período decorrente do movimento de alocação de recursos para crédito, principalmente em financiamentos habitacionais, o que provoca redução da participação dos ativos líquidos no balanço das instituições e alongamento de prazo nas carteiras de crédito", explicou o BC por meio do relatório.
Ainda de acordo com o relatório, a solvência do sistema bancário do país apresentou estabilidade no primeiro semestre deste ano e permanece em "patamar elevado". Em teste de estresse, os bancos no Brasil continuaram capazes de suportar choques.
"Nas simulações de situações de estresse, o sistema bancário brasileiro apresentou adequada capacidade de suportar efeitos de choques decorrentes de cenários macroeconômicos adversos, ou de mudanças abruptas nas taxas de juros, de câmbio ou de inadimplência", trouxe o documento.
A análise feita pelo BC também mostra a contínua desaceleração do mercado de crédito, em um cenário marcado por crescimento fraco e taxa de juros elevada. "A queda no ritmo do crescimento do crédito doméstico acentuou-se no período (semestre passado)", relata o documento.
Para 2014, o BC projeta expansão de 12 por cento no mercado de crédito, abaixo dos 14,7 por cento vistos no ano anterior.
A fim de conter desaceleração maior, o BC recentemente anunciou medidas para aumentar a oferta de empréstimos, mesmo numa conjuntura marcada pela política monetária restritiva, com potencial para injetar 70 bilhões de reais na economia.
O relatório do BC também mostrou que, com a normalização da política monetária nos países desenvolvidos, haverá transição para um cenário de custo de financiamento mais alto e liquidez menor para as empresas.