Economia

Riqueza de bilionários cai pela primeira vez desde 2015

Bancos privados, incluindo o UBS, maior gestor de riqueza do mundo, sentiram efeitos de tensões comerciais entre EUA e China

Shanghai: riqueza dos bilionários encolheu 4,3% no mundo, com declínio particularmente acentuado na Grande China (Qilai Shen/In Pictures/Getty Images)

Shanghai: riqueza dos bilionários encolheu 4,3% no mundo, com declínio particularmente acentuado na Grande China (Qilai Shen/In Pictures/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 8 de novembro de 2019 às 10h34.

Última atualização em 8 de novembro de 2019 às 10h42.

Zurique - As pessoas mais ricas do mundo se tornaram um pouco menos abastadas no ano passado, de acordo com um relatório da UBS e da PwC, uma vez que tumultos geopolíticos e a volatilidade dos mercados de ações reduziram a riqueza dos bilionários pela primeira vez desde 2015.

A riqueza dos bilionários encolheu 4,3% no mundo, ficando em 8,5 trilhões de dólares no ano passado, mostrou o relatório UBS/PwC, que apontou um declínio particularmente acentuado na Grande China, incluindo Hong Kong, e na região Ásia-Pacífico como um todo.

Bancos privados, incluindo o UBS, o maior gestor de riqueza do mundo, sentiram os efeitos das tensões comerciais entre EUA e China e as incertezas políticas globais, já que no ano passado clientes se abstiveram de negociar e de assumir dívidas, preferindo guardar mais dinheiro.

A renda líquida dos chineses mais ricos diminuiu 12,8% em dólares em resultado dos mercados de ações em queda e de um enfraquecimento da moeda local, além do fato de o crescimento da segunda maior economia do mundo ter recuado para seu menor nível em quase três décadas em 2018, mostrou o relatório, o que tirou dezenas de bilionários da lista.

Apesar da queda, a China continua a produzir um novo bilionário a cada 2 ou 2,5 dias, disse Stadler.

Globalmente, o número de bilionários diminuiu em toda parte, exceto nas Américas, onde empreendedores do setor tecnológico continuaram a sustentar as fileiras dos norte-americanos mais ricos.

"Este relatório mostra a resistência da economia dos EUA", onde havia 749 bilionários no final de 2018, disse John Matthews, chefe de gerenciamento de riqueza privada e de negócios de renda líquida ultra elevada do UBS nos EUA.

Embora uma recuperação do mercado de ações de uma queda acentuada no final de 2018 tenha ajudado os gestores de riqueza a aumentar seus ativos, as famílias mais ricas do planeta continuam preocupadas com questões globais, das tensões comerciais e do Brexit ao populismo e à mudança climática, e continuam a manter mais do seu dinheiro em espécie.

"É provável que a riqueza dos bilionários volte a subir neste ano", opinou Simon Smiles, principal gerente de investimento de clientes ultrarricos do UBS, acrescentando que o aumento deve ser mais contido do que a recuperação mais ampla do mercado de ações pode sugerir.

(Reportagem adicional de Elizabeth Dilts e Sumeet Chatterjee)

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