Economia

Rio pedirá à Alerj prorrogação do estado de calamidade financeira

Segundo o governo do estado, o pedido é uma medida preventiva, já que o projeto de lei que prevê a renegociação das dívidas dos estados ainda não ocorreu

Luiz Fernando Pezão: em nota, a assessoria do governador informou que "é absolutamente natural a solicitação da prorrogação da calamidade financeira" (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Luiz Fernando Pezão: em nota, a assessoria do governador informou que "é absolutamente natural a solicitação da prorrogação da calamidade financeira" (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 17 de abril de 2017 às 17h30.

O governo Rio de Janeiro vai pedir a prorrogação do estado de calamidade financeira por um ano à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) ainda nesta semana.

Em nota, a assessoria do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) informou que, como a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) terá que ser enviada à Alerj ainda no mês de abril e o Plano de Recuperação Fiscal ainda não foi aprovado, ao contrário do que o governo estadual esperava, "é absolutamente natural a solicitação da prorrogação da calamidade financeira".

"Falta ainda definição em relação à solução para o reequilíbrio fiscal do estado, e as condições que levaram ao estado de calamidade prosseguem inalteradas".

Segundo o governo do Rio, o envio da mensagem à Alerj é uma medida preventiva, uma vez que a aprovação do Projeto de Lei Complementar 343/2017, que prevê a renegociação das dívidas dos estados após o cumprimento de contrapartidas exigidas pelo governo federal, ainda não ocorreu.

"Assim que a solução prevista no plano for confirmada, todos os mecanismos previstos na lei de calamidade se tornarão dispensáveis", informou a assessoria de Pezão.

A votação do projeto de lei complementar no plenário da Câmara dos Deputados vem sendo adiada desde meados de março.

O estado de calamidade pública nas finanças foi decretado pelo então governador em exercício, Francisco Dornelles, em junho de 2016, e reconhecido pela Alerj em novembro, com validade até 31 de dezembro.

A aprovação suspendeu temporariamente alguns dispositivos da Lei de Responsabilidade Fiscal no estado.

Entre artigos suspensos estão o que permite ao governo reduzir salários e demitir servidores.

Dívida ativa

Também nesta semana o governo criará um mutirão para agilizar a cobrança da dívida ativa.

A força-tarefa terá integrantes da Procuradoria-Geral do estado, da Alerj, do Judiciário e do Executivo.

Os moldes e prazos para o mutirão serão definidos em reunião nesta tarde no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. A cobrança da dívida ativa está estimada em mais de R$ 65 bilhões.

O governador Luiz Fernando Pezão anunciará ainda esta semana medidas para combater a crise no estado, enquanto a votação do Plano de Recuperação Fiscal tramita na Câmara Federal.

As principais iniciativas são: incentivo fiscal às empresas que anteciparem o pagamento de Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), a venda da dívida ativa, antecipação do leilão que definirá o banco responsável pela folha de pagamento do Rio, licitação das linhas intermunicipais de ônibus e a suspensão por 180 dias de compensação do crédito tributário.

As licitações para a folha de pagamento e linhas intermunicipais de ônibus são medidas internas.

As outras dependem de projetos de lei a serem enviados pelo Executivo para aprovação na Assembleia Legislativa do Rio.

Em novembro do ano passado, o governo do Rio anunciou um conjunto de medidas para equilibrar as contas públicas.

A maioria dependia de aprovação na Alerj e muitas ainda não foram votadas.

 

Acompanhe tudo sobre:Assembleias legislativasEstados brasileirosRio de Janeiro

Mais de Economia

Presidente do Banco Central: fim da jornada 6x1 prejudica trabalhador e aumenta informalidade

Ministro do Trabalho defende fim da jornada 6x1 e diz que governo 'tem simpatia' pela proposta

Queda estrutural de juros depende de ‘choques positivos’ na política fiscal, afirma Campos Neto

Redução da jornada de trabalho para 4x3 pode custar R$ 115 bilhões ao ano à indústria, diz estudo