Colheitas de soja são transferia para carretas de caminhões (Paulo Fridman/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 1 de setembro de 2014 às 16h55.
São Paulo - O Rio Grande do Sul, terceiro maior Estado produtor de soja do Brasil, deverá colher um recorde de 14,25 milhões de toneladas na próxima safra de verão, alta de mais de 9 por cento ante a colheita anterior, disse nesta segunda-feira a Emater/RS.
Em 2013/14, o volume colhido foi de 13,05 milhões de toneladas.
A área semeada com a oleaginosa em 2014/15 deverá crescer para 5,13 milhões de hectares, alta de 2,8 por cento na comparação anual, com avanço principalmente sobre terras de pastagem.
"Preços em alta e demanda aquecida fazem com que os agricultores se interessem mais pela produção da soja", disse em nota o órgão do governo estadual responsável pela extensão rural no Rio Grande do Sul.
Serão cultivados 141 mil hectares a mais na safra 2014/15, sendo 88 mil hectares em áreas novas, que tradicionalmente eram ocupadas pela pecuária (campo nativo ou pastagens) ou pelo arroz, informou a entidade.
O cultivo de soja vai, por mais uma safra, avançar com força em regiões tradicionalmente voltadas para a pecuária bovina extensiva, como o sul do Estado e as fronteiras com Uruguai e Argentina, estimou a Emater.
Nos últimos 10 anos, a área dedicada à soja mais do que dobrou na região de Bagé, perto do Uruguai, e saltou 243 por cento em Pelotas, no sul gaúcho, exemplificou a Emater em seu primeiro levantamento com projeções para a nova safra de verão.
Em relação ao milho, a área plantada vai cair 5,7 por cento, para 876,3 mil hectares. A produção do cereal, com base em uma média histórica de produtividade, deverá atingir 4,8 milhões de toneladas, queda de 11,6 por cento ante 13/14.
O clima deverá favorecer as lavouras plantadas nos próximos meses, projetou a Emater.
A ocorrência do fenômeno El Niño, que provoca chuvas acima da média, foi apontada como fator favorável para uma boa safra.
A capitalização dos agricultores, após duas safras cheias comercializadas a preços elevados, permitiu maior investimento em tecnologia no plantio este ano, disse a Emater.