Efeito Trump: desde 8 de novembro, as fortunas dos oito bilionários do México caíram 5,1% (Getty Images/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 1 de março de 2017 às 16h55.
Nem mesmo Donald Trump é capaz de colocar um freio na máquina de geração de riqueza da China.
Os 36 bilionários chineses presentes no Bloomberg Billionaires Index ampliaram suas riquezas em 13,2 por cento desde que o magnata do setor imobiliário foi eleito presidente dos EUA, em 8 de novembro, um aumento de US$ 39,2 bilhões que elevou a riqueza combinada deles a US$ 336 bilhões.
Os ganhos superam os registrados por bilionários de qualquer outro país além dos EUA, mesmo depois de Trump ter chamado a China de manipuladora do câmbio cujas políticas comerciais provocam a perda de empregos americanos.
Entre os mais ricos do México, os retornos caminharam na direção oposta. Os ataques de Trump ao vizinho ao sul dos EUA têm castigado o peso e reverteram os ganhos de dois dígitos que os mais ricos do país obtiveram nos 11 meses anteriores à eleição nos EUA.
Desde 8 de novembro, as fortunas dos oito bilionários do país caíram 5,1 por cento, declínio suavizado pelo anúncio do banco central, em fevereiro, de que planeja apoiar a moeda, e pela visita, em 23 de fevereiro, do secretário de Estado americano, Rex Tillerson, e do secretário de Segurança Nacional dos EUA, John Kelly.
Carlos Slim, a pessoa mais rica da América Latina, com US$ 50,7 bilhões, teve o maior declínio, de US$ 4,2 bilhões.
Os bilionários da Rússia, enquanto isso, estão percebendo que vale a pena ter um amigo na Casa Branca. Os 28 russos presentes no índice ampliaram suas fortunas em US$ 24,4 bilhões.
O aumento de 10,5 por cento elevou sua riqueza combinada a US$ 256 bilhões graças às altas das commodities e do rublo em meio a especulações de que as relações entre os países irá melhorar.
No total, os mais ricos do mundo ficaram US$ 207 bilhões mais ricos desde a eleição de Trump, o primeiro presidente bilionário da história dos EUA, e têm uma riqueza líquida combinada de US$ 4,6 trilhões, segundo o índice da Bloomberg, um ranking diário das 500 pessoas mais ricas do planeta.
As fortunas dos 45 bilionários do setor financeiro dos EUA no índice subiram 6,7 por cento, para US$ 403 bilhões, contra um aumento de 4,2 por cento dos outros 126 americanos do ranking.
A alta pós-eleição reverteu os declínios enfrentados pelos bilionários do setor financeiro antes da votação e ganhou força depois que Trump disse, em janeiro, que modificará a lei Dodd-Frank, que regula as instituições financeiras.
Os magnatas da tecnologia também ganharam, sendo que os 25 bilionários americanos do setor presentes no índice subiram 6,8 por cento, apesar dos receios de que as políticas de Trump possam prejudicar o setor e da resistência à postura dele sobre a imigração, que eles temem que limitará o acesso a profissionais estrangeiros.