Economia

Revisão extra para distribuidoras é inevitável, diz Aneel

O diretor-geral da agência disse que será inevitável a revisão extraordinária de tarifas para algumas distribuidoras de energia


	Energia elétrica: "o que for necessário fazer em termos de reajuste ou de revisão extraordinária será feito", diz Aneel
 (Getty Images)

Energia elétrica: "o que for necessário fazer em termos de reajuste ou de revisão extraordinária será feito", diz Aneel (Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2015 às 20h40.

Brasília - O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino, disse nesta segunda-feira que será inevitável a revisão extraordinária de tarifas para algumas distribuidoras de energia, por conta do aumento dos gastos com a compra de energia de Itaipu e com a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

Segundo Rufino, não há previsão de o Tesouro Nacional fazer aportes na CDE neste ano, apesar de no orçamento da União constar que a conta receberia 9 bilhões de reais.

Sem o aporte, o repasse à CDE a ser cobrado das tarifas dos consumidores aumentará, mas Rufino não deu uma estimativa de qual deve ser o patamar de aumento nas contas de luz ao longo do ano.

"Não consigo ainda fazer essa projeção, mas o que for necessário fazer em termos de reajuste ou de revisão extraordinária será feito", disse Rufino, após participar, juntamente com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, de reunião com a presidente Dilma Rousseff.

Essa reformulação dos gastos da CDE faz parte da "solução estruturante" para o setor que foi pedida pelo Ministério da Fazenda para negociar um último empréstimo junto ao setor bancário para ajudar as distribuidoras a quitarem suas contas. O ministro de Minas e Energia confirmou que o governo negociará esse empréstimo, de 2,5 bilhões de reais, com os bancos.

Segundo Rufino, hoje há uma sinalização de que o Tesouro não aportará recursos na CDE. Se isso for confirmado, no dia 20 de janeiro, quando a agência colocar em audiência pública sua proposta de orçamento da CDE, a Aneel terá de fixar uma cota da CDE maior a ser paga pelos consumidores.

O objetivo é fazer frente às despesas a serem quitadas pelo encargo que não forem cobertas pela sua arrecadação normal – formada por multas, entre outras fontes.

"Não agrada a ninguém ter de aumentar tarifa, mas também não adianta viver um mundo de ilusão. Se o custo está em outro patamar, a única forma de alcançar a sustentabilidade é ter um realismo tarifário", disse Rufino.

Segundo o diretor-geral da Aneel, com o provável aumento da cota da CDE e a elevação da energia de Itaipu em 46 por cento, haverá pressão sobre os custos das concessionárias, e é "legítimo" que elas possam pedir uma revisão extraordinária.

Isso acontece porque o repasse desses custos às tarifas dos consumidores só ocorreria, normalmente, na data do reajuste anual de cada distribuidora, o que, dependendo do caso, pode obrigar a empresa a carregar sozinha por meses esses custos adicionais.

Rufino disse que o governo também vai analisar a possibilidade de reduzir algumas despesas da CDE, sem dar detalhes. O ministro Eduardo Braga adiantou, porém, alguns subsídios que não deverão sofrer alterações: as tarifas de baixa renda, o programa Luz Para Todos e a geração com carvão mineral.

"Vai ser feita uma análise para ver o que pode ser eventualmente reduzido", disse Rufino.

Acompanhe tudo sobre:AneelEnergiaEnergia elétricaServiços

Mais de Economia

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar

Amazon, Huawei, Samsung: quais são as 10 empresas que mais investem em política industrial no mundo?

Economia de baixa altitude: China lidera com inovação