Washington - O crescimento econômico dos Estados Unidos avançou consideravelmente no segundo trimestre de 2014, segundo estimativas oficiais publicadas nesta quarta-feira, quando o Comitê monetário do Federal Reserve (FED) conclui a reunião em que discutiu a política adotada.
O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 4% anuais de abril a junho, após o recuo de 2,1% no primeiro trimestre (cifra revisada para cima em 0,8 ponto). Os analistas esperavam um crescimento de 3,2%.
Praticamente todos os setores da economia cresceram, apontou o departamento de Comércio.
"O avanço do PIB no segundo trimestre reflete um aumento dos investimentos em estoques, maiores exportações, uma aceleração dos gastos em consumo e uma mudança no gasto dos estados e entidades locais", afirma o comunicado.
Esta primeira estimativa pode ser revisada de forma significativa, já que se baseia apenas em dados de dois meses para a maioria das estatísticas. A próxima previsão será publicada em 28 de agosto.
Aos dados positivos, somam-se o gasto no consumo, que foi o dobro (+2,5% em comparação a +1,2% no primeiro trimestre), e o gasto em bens duráveis, como veículos e eletrodomésticos com vida útil de mais de quatro anos, que cresceu 14%, maior cifra desde 2009.
Os estoques no segundo trimestre cresceram 1,66%. No primeiro trimestre houve queda de 1,16%.
As exportações também cresceram e compensaram o recuo do trimestre anterior (+9,5% frente a -9,2%). No entanto, seu efeito positivo no PIB não teve muito destaque em razão de uma alta nas importações (+11,7%).
O gasto do governo federal continua em queda (-0,8%), mas o de estados e entidades locais subiu a 3,1%, o maior aumento desde o segundo trimestre de 2009.
O apoio acaba
Estes dados positivos devem confirmar ao FED que a economia do país pode suportar a eliminação total do apoio oferecido pela instituição.
Às 15H00 pelo horário de Brasília desta quarta-feira, o Comitê de política monetária (FOMC) publicará um comunicado onde deve informar que não mudará as taxas básicas, próximas de zero desde o final de 2008.
Os analistas esperam que se mantenha uma leve diminuição de 10 bilhões de dólares na compra de ativos, como o FED faz em todas as reuniões desde o início do ano.
Esta compra de títulos do Tesouro e de títulos hipotecários, destinada a apoiar a economia, devem terminar em outubro, conforme o previsto. Os títulos somavam 85 bilhões de dólares por mês no ano passado e devem baixar para 25 bilhões de dólares.
"O FED está no modo piloto automático", disse Carsten Fritsch, do Commerzbank Research.
"Não esperamos novidades ao fim da reunião do FOMC, mas sempre há algum impacto dos mercados", acrescentou o economista independente Joel Naroff.
O FED poderá, contudo, destacar o crescimento da inflação.
De acordo com dados publicados na quarta-feira, a inflação medida pelo índice de preços em relação ao gasto do consumo (PCE) subiu 2,3% no segundo trimestre, depois de ter se fixado em 1,4% no primeiro trimestre.
É provável que o FED preste maior atenção às cifras sobre o emprego, que serão publicadas na sexta-feira para o mês de julho.
Os analistas esperam que a taxa de desemprego se mantenha em 6,1% depois de uma melhora do mercado de trabalho em junho. A previsão é de que tenham sido criados 220.000 postos de trabalho.
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1. Risco e oportunidade
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1/8 (Ross Land/Getty Images)
São Paulo - Janeiro é o mês no qual os órgãos internacionais fazem suas previsões para os próximos anos. Nesta quarta-feira, foi a vez do
Banco Mundial. O título do relatório é "Lidando com a normalização das políticas nos países de renda alta" e grande parte dele é dedicado a mostrar que os
emergentes vão ter que suar para manter a estabilidade em um mundo que caminha para
taxas de juros mais altas. A
economia brasileira é citada algumas vezes. Veja os destaques a seguir:
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2. As eleições podem impedir reformas...
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2/8 (Elza Fiúza/ABr)
Para o Banco Mundial, a mudança nas condições globais de financiamento significa que "manter uma política de o-mesmo-de-sempre não é mais uma opção" para os
emergentes. O risco de complacência, no entanto, é alto. A implementação de reformas já é um desafio político em circunstâncias normais, mas fica ainda mais difícil "por causa das eleições em muitos daqueles países mais testados na última estação."
África do Sul, Tailândia, Turquia, Indonésia e Índia são colocadas neste grupo, junto com o Brasil.
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3. ... mas o crescimento deve acelerar em 2016
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3/8 (Dado Galdieri/Bloomberg)
A estimativa do Banco Mundial é que a
economia brasileira vai crescer 2,4% em 2014 e 2,7% em 2015 - nada muito além dos cerca de 2,2% registrados em 2013. A partir daí, deve haver uma nova aceleração: a previsão para 2016 é de 3,7% de expansão. Vale notar que órgão errou a projeção para o Brasil nos últimos anos. Para 2011, a previsão era de 4,4% e o país cresceu 2,7%. Para 2012, a estimativa era de 3,4%.e o crescimento foi de 0,9%.
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4. A confiança do investidor e do consumidor está em queda...
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4/8 (Dado Galdieri/Bloomberg)
O otimismo do empresário
despencou 38 pontos percentuais ao longo de 2013, de acordo com pesquisa da consultoria Grant Thornton. Na opinião do
Banco Mundial, "a confiança do
consumidor e do investidor ficou mais fraca devido à fraqueza da gerência macroeconômica e às políticas intervencionistas do governo, ao mesmo tempo que os termos de troca deterioraram-se."
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5. ... mas a Copa e as Olimpíadas vão dar um empurrão
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5/8 (Dado Galdieri/Bloomberg)
O Banco Mundial acredita que os investimentos para a
Copa de 2014 e as
Olimpíadas de 2016, junto com um aumento das exportações, vão compensar os efeitos da queda de preço de commodities e do aperto nas condições de financiamento global. R$ 25,5 bilhões
serão investidos só na Copa, de acordo com o governo federal. No
Rio de Janeiro, os eventos esportivos
fizeram dobrar os investimentos nos últimos 6 anos.
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6. O crédito depende demais do governo...
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6/8 (Tânia Rêgo/ABr)
O Banco Mundial nota que em países como Brasil, Turquia e China, o crédito subiu mais de 20 pontos percentuais no PIB desde 2007. Isso não é o problema, e sim uma dependência excessiva do crédito estatal - como é o nosso caso: "
bancos estatais foram responsáveis por 50% do
crédito por liquidar no Brasil em meados de 2013, acima dos 33% em 2008 e a primeira vez que este patamar é atingido desde a onda de privatizações em 1999."
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7. ... mas não a agricultura
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7/8 (EXAME)
O relatório do
Banco Mundial sugere que o corte de
subsídios agrícolas pode abrir espaço para outras prioridades fiscais, além de aumentar a
produtividade. O Brasil, no entanto, já lidou com essa questão há muito tempo: em um gráfico com 14 países que mostra a porcentagem do PIB destinada para subsídios agrícolas, aparecemos na última posição. A
Indonésia lidera, com 3,5%. Em países desenvolvidos como Estados Unidos e Japão, o número gira em torno de 1%.
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8/8 (USP Imagens)