"A recaída da crise internacional que se deu em 2011 e 2012 prejudicou o ritmo dos investimentos neste ano, mas a retomada já começou", afirmou Mantega (Antônio Cruz/Agência Brasil)
Da Redação
Publicado em 4 de dezembro de 2012 às 07h27.
São Paulo - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a retomada do investimento já começou no país, após o indicador registrar a pior retração em mais de três anos no terceiro trimestre, prejudicando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) no período.
"A recaída da crise internacional que se deu em 2011 e 2012 prejudicou o ritmo dos investimentos neste ano, mas a retomada já começou", afirmou Mantega em discurso de premiação na noite da segunda-feira em São Paulo.
"Qualquer economista iniciado sabe que, em períodos de crise importantes, o investimento é o primeiro a se retrair e o último a voltar, depois que o consumo e a indústria reaceleram", completou.
O ministro comparou ainda este ano a 2009, quando o investimento só foi retomado no último trimestre. Mantega afirmou também que, desde que assumiu a pasta da Fazenda, em 2006, não faltaram investimentos até 2011.
"Nosso PIB cresceu em média 4,2 por cento ao ano (de 2006) até 2011, uma das maiores médias de nossa história", disse. "E foi o investimento que puxou o crescimento nesse período, com uma expansão de 9,5 por cento ao ano em média, mais do que o dobro do crescimento do PIB."
Entre julho e setembro deste ano, a formação bruta de capital fixo, uma medida de investimentos, caiu 2 por cento, registrando a queda trimestral mais forte desde o primeiro trimestre de 2009, quando despencou 11,9 por cento por conta do auge da crise internacional.
Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira, com o anúncio do crescimento de 0,6 por cento do PIB no período em relação ao trimestre anterior.
Crise à Distância
Mantega citou ainda a redução do desemprego e o aumento da renda no país, com consequente diminuição da desigualdade, como indicadores positivos de que o Brasil está se tornando "um grande país de classe média".
"A verdade é que a população brasileira conhece mais a crise pelos veículos de comunicação do que pelo seu dia a dia", disse. "Finalmente o crescimento econômico tem sido colocado a serviço da sociedade".
Mantega destacou também a redução dos juros, a desvalorização do real, que "reposiciona o Brasil na guerra cambial", a desoneração de impostos, a futura redução das contas de energia e os projetos de infraestrutura como fatores de uma "revolução silenciosa", que permitirão atingir um crescimento maior por um longo período.
"Naturalmente a crise da zona do euro e os problemas da economia norte-americana estão retardando os avanços da economia brasileira (...) O ano de 2012 foi difícil, começou com desaceleração da economia, mas termina com ela acelerando rumo a um outro ciclo de forte expansão e dinamismo", concluiu.