Economia

Retirada de estímulo dos EUA domina economia no G20

Fim de programa de compra de títulos do banco pode ter um impacto profundo sobre a economia global, Russia e China pediram cautela


	Ben Bernanke: chairman do Fed provocou vendas generalizadas em moedas de emergentes, ações e títulos e uma fuga para o dólar quando levantou em maio a possibilidade de reduzir o programa
 (Jonathan Ernst/Reuters)

Ben Bernanke: chairman do Fed provocou vendas generalizadas em moedas de emergentes, ações e títulos e uma fuga para o dólar quando levantou em maio a possibilidade de reduzir o programa (Jonathan Ernst/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2013 às 08h16.

São Petersburgo - A Rússia e a China alertaram nesta quinta-feira que o fim do programa de compra de títulos do banco central dos Estados Unidos pode ter um impacto profundo sobre a economia global e pediram cautela.

Falando antes do início da cúpula do G20, em que questões econômicas e a Síria devem liderar as discussões, a anfitriã Rússia e a China deixaram claras suas preocupações sobre a esperada redução da política de estímulo monetário multibilionário do Federal Reserve.

Zhu Guangyao, vice-ministro das Finanças da China, pediu que os Estados Unidos estejam "cientes dos efeitos e trabalhem para contribuir para a estabilidade dos mercados financeiros globais e para a recuperação estável da economia global".

Mas, falando a repórteres antes de uma reunião dos países dos Brics durante o G20, Zhu minimizou a possibilidade de um resgate para qualquer país em dificuldade financeira.

O país mais afetado, a Índia, não falou com outros membros dos Brics apesar de ter feito um apelo público na semana passada por uma intervenção conjunta no câmbio depois que a rupia despencou, disse a coordenadora da Rússia para o G20, Ksenia Yudayeva.

"Não definimos ainda medidas específicas", disse Yudayeva em uma conversa com jornalistas, acrescentando que o cenário estará mais claro quando os ministros das Finanças do G20 se reunirem novamente em outubro.

"Os países que têm enfrentado as maiores saídas de capital também têm fundamentos bastante fracos", disse ela, sugerindo que tanto fatores internos quanto externos afetam as economias mais problemáticas.


O chairman do Fed, Ben Bernanke, provocou vendas generalizadas em moedas de mercados emergentes, ações e títulos e uma fuga para o dólar quando levantou em maio a possibilidade de reduzir o programa de compra mensal de títulos no valor de 85 bilhões de dólares pelo Fed.

A Índia também expressou preocupação com o fim do programa de estímulo monetário.

Arvind Mayaram, secretário de assuntos econômicos do Ministério das Finanças, disse: "Acho que deve haver um comunicado bastante forte sobre o G20 ter um consenso em relação à preocupação com os efeitos." "Acho que se houver um comunicado forte... terá um importante impacto calmante sobre os mercados nas economias emergentes", disse ele a repórteres antes da cúpula.

Acompanhe tudo sobre:Ben BernankeEconomistasEstados Unidos (EUA)Fed – Federal Reserve SystemG20Mercado financeiroPaíses ricosPersonalidades

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto