Para presidente da Câmara do Comércio dos dois países, decisão argentina pode prejudicar a imagem global do Mercosul (.)
Da Redação
Publicado em 10 de maio de 2010 às 19h03.
Brasília - O presidente da Câmara de Comércio Argentino-Brasileira, Alberto Alzueta, diz que as novas barreiras à entrada de alimentos e bebidas importados que possuam similares nacionais é ruim para o próprio país. "É uma medida que não cabe no mundo globalizado", avalia Alzueta, que prevê pressões inflacionárias, já que o vizinho não é auto-suficiente na produção de alimentos e bebidas.
Até agora, o secretário de Comércio da Argentina, Guillermo Moreno, fez apenas um anúncio verbal sobre a proibição, que vale a partir de 1º de junho. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Brasil, o governo ainda não foi notificado formalmente sobre a decisão argentina.
O setor alimentício da Argentina vinha reclamando de concorrência desleal de produtos importados, mas para Alzueta, isso não se aplicaria ao Brasil. "No caso brasileiro, a concorrência não é desleal, é apenas mais competitiva", pondera.
O presidente da instituição explicou, ainda, que a decisão de restringir as importações causa apreensão no mercado global em relação ao Mercosul. "O bloco não foi criado para que se tomassem medidas que afetem o livre comércio. É uma quebra de acordo. Como garantir para o resto do mundo que o Mercosul não vai quebrar o contrato com eles também?", questionou.