São Paulo - O consumo excessivo de álcool causa mais do que dores de cabeça e decisões questionáveis.
De acordo com um estudo do Centro para Prevenção e Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos, a bebida também tem um custo alto para a economia do país.
Foram US$ 249 bilhões em 2010 (US$ 2,05 por drinque), um aumento significativo e acima da inflação em relação aos US$ 223,5 bilhões registrados em 2006 (ou US$ 1,90 por drinque).
O consumo excessivo, definido como mais de 4 drinques para uma mulher e mais de 5 para um homem em uma noite, responde por 3 entre cada 4 dólares deste custo, bancado pelo governo em 40% (ou US$ 100 bilhões).
A maior parte do efeito (US$ 179 bilhões) é em perda de produtividade por causa de fatores como ressaca no trabalho (US$ 77 bilhões), faltas (US$ 4,6 bilhões), prisões (US$ 9 bilhões), e mortalidade (US$ 75 bilhões).
O consumo de álcool é responsável pela morte de 88 mil americanos todo ano, ou 1 em cada 10 mortes de pessoas em idade de trabalhar (entre 20 e 64 anos).
Os custos diretos de saúde foram de US$ 28 bilhões, o que inclui hospitalização e tratamento do vício. O número deve ser ainda maior na realidade, já que a estimativa não considera doenças relacionadas de longo prazo ou custos intangíveis "como dor e sofrimento".
“Estratégia efetivas de prevenção podem reduzir o consumo excessivo de álcool e seus custos relacionados nos estados e comunidades, mas são subutilizadas”, diz Robert Brewer, um dos autores do estudo.
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1. Brasileiros estão fumando menos, bem menos
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1/7 (Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas)
O brasileiro está parando de fumar. A constatação, que já pode ser percebida nos grupos de amigos país afora, também aparece nas estatísticas. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o número de fumantes no país caiu 30,7% nos últimos nove anos. Se, em 2006, 15,6% dos adultos do país fumavam, em 2014 eram 10,8%. Na análise por sexo, os homens ainda fumam mais que as mulheres – os fumantes são 12,8% entre eles, contra 9% entre elas.
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2. Os fumantes estão ficando mais velhos
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2/7 (GettyImages)
Outro dado interessante é que fumar não é mais sinônimo de juventude. Em 2014, 7,8% dos jovens entre 18 e 24 eram fumantes. O percentual é consideravelmente maior na faixa entre 45 e 54 anos: 13,2%. A mesma pesquisa mostra que um quinto dos brasileiros adultos se declaram ex-fumantes.
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3. Os brasileiros estão começando a beber mais cedo
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3/7 (Thinkstock)
Se os brasileiros estão fumando menos, eles têm bebido mais, e mais cedo. De acordo com o Lenad (Levantamento Nacional de Álcool e Drogas), dentre os adultos que bebem, 53% consomem álcool pelo menos uma vez por semana. O dado é de 2012. Em 2006, a proporção era de 42%, 11 pontos percentuais a menos. A idade em que esses brasileiros experimentaram bebida pela primeira vez também mudou. Em 2006, 52% tinha bebido pela primeira vez com 18 anos ou mais. Seis anos depois, a proporção caiu para 42%. Os outros 58% experimentaram antes dos 18, sendo que 22% beberam antes dos 15 anos.
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4. E ainda tem muita gente que bebe e dirige depois
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4/7 (Matt Cardy/Getty Images)
Outro dado que chama a atenção é o das pessoas que bebem e depois dirigem. Segundo dados de 2013 do IBGE, 24,3% dos adultos do país dirigiram depois de beber. A prática é mais comum entre homens (27,4%) em comparação com as mulheres (11,9%), e ocorre principalmente na faixa etária entre 25 e 39 anos.
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5. 7,8 milhões de adultos já fumaram maconha
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5/7 (Reuters)
O uso de drogas ilícitas não chega perto do consumo de álcool e cigarro, mas ainda assim é significativo. Dados do Lenad mostram que, em 2012, 6,8% dos adultos disseram ter usado maconha ao menos uma vez na vida. Isso equivale a 7,8 milhões de pessoas. Dentre os adolescentes, 4,3% disseram já ter usado a droga, ou 597 mil jovens. O uso de cocaína também chama a atenção. Dentre os adultos, 3,8% disseram já terem usado ao menos uma vez na vida, o que significa cerca de 5,1 milhões de pessoas. Entre os adolescentes, 2,3% disseram já terem usado, o equivalente a 316 mil jovens.
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6. Os adultos estão abusando dos calmantes
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6/7 (Marcos Santos/USP Imagens)
O Lenad aponta ainda para um uso excessivo de tranquilizantes entre os adultos. De acordo com o levantamento, 6% dos maiores de 18 anos usaram remédios desse tipo nos 12 meses anteriores à pesquisa. Isso significa nada menos que 8 milhões de pessoas, número maior que o de adultos que declaram ter fumado maconha ao menos uma vez enavida. Já os que declaram já ter usado calmantes ao menos uma vez na vida somam 12 milhões de adultos (9,6% do total).
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7. Falando em tranquilizantes...
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7/7 (Thinkstock)