Economia

Repressão ao coronavírus reduz PIB da Itália em até 15%, diz economista

Governo da Itália anunciou nesta segunda (9) o isolamento total do país, que é o mais atingindo pelo surto de coronavírus na Europa

Itália: economista prevê uma contração trimestral do PIB de 1,2% no primeiro trimestre (Salvatore Laporta/Getty Images)

Itália: economista prevê uma contração trimestral do PIB de 1,2% no primeiro trimestre (Salvatore Laporta/Getty Images)

R

Reuters

Publicado em 10 de março de 2020 às 10h48.

Última atualização em 10 de março de 2020 às 11h08.

As medidas de isolamento da Itália para tentar derrotar o coronavírus estão reduzindo sua produção econômica em cerca de 10% a 15%, disse nesta terça-feira um ex-economista-chefe do Tesouro.

Pessoas em toda a Itália, o país mais afetado da Europa, foram instruídas a ficar em casa se possível - apenas se movendo para o trabalho, por razões de saúde ou emergências - entre uma série de medidas impostas pelo governo.

Com as ruas praticamente desertas e muitas lojas e restaurantes fechados, Lorenzo Codogno, chefe da consultoria LC Macro Advisors, estimou que o Produto Interno Bruto diário está agora 10% a 15% abaixo dos níveis normais.

Codogno, que foi economista-chefe do Tesouro italiano de 2006 a 2015, disse que o turismo e os transportes caíram cerca de 90%, o setor de varejo excluindo lojas de alimentos caiu 50% e a produção industrial recuou 10%.

Ele prevê uma contração trimestral do PIB de 1,2% no primeiro trimestre, seguida de uma queda de 3% no segundo.

O PIB italiano caiu 0,3% nos últimos três meses de 2019 em relação ao trimestre anterior, antes do surto de coronavírus, o que significa que a terceira maior economia da zona do euro quase certamente já está em recessão.

"Ninguém sabe por quanto tempo essas medidas permanecerão em vigor, por isso é impossível fazer uma previsão séria do PIB para o ano inteiro", disse Codogno.

O governo disse que as medidas serão mantidas pelo menos até 3 de abril.

"Com base no pressuposto de que as medidas serão suspensas no final de abril, minha previsão é de que a produção comece uma retomada em maio e depois se recupere em junho", disse Codogno.

Acompanhe tudo sobre:CoronavírusItáliaPIB

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto