Helsinque, na Finlândia: inovação em política social (scanrail/Thinkstock)
João Pedro Caleiro
Publicado em 7 de abril de 2019 às 08h00.
Última atualização em 7 de abril de 2019 às 08h00.
Desempregados obtêm benefícios psicológicos significativos por receberem uma renda fixa do estado, segundo um experimento divisor de águas sobre renda mínima na Finlândia, que destaca as desvantagens do sistema de teste de renda existente no país.
Os resultados iniciais do estudo de dois anos já haviam mostrado que seus 2.000 participantes não se tornaram nem mais nem menos propensos a trabalhar do que pessoas que recebiam o seguro-desemprego tradicional.
Os resultados adicionais divulgados nesta quinta-feira pelo instituto de seguridade social Kela mostraram que os participantes que tinham uma renda mínima descreviam sua situação financeira de forma mais positiva do que os entrevistados do grupo de controle.
Também sentiram menos estresse e se preocuparam menos com a situação financeira do que o grupo de controle, segundo dados divulgados pela Kela.
Os resultados ilustram o nível de burocracia e instabilidade do sistema atual.
Por exemplo, pessoas que recebem seguro-desemprego regularmente se queixam de que é quase impossível saber qual seria o impacto de um emprego em tempo parcial sobre sua situação financeira no final do mês.
No sistema atual, recusar ofertas de emprego ou treinamento pode resultar em penalidades financeiras. Mas alguns participantes descobriram que se dedicar a um hobby pode até mesmo suspender completamente os benefícios.
Os resultados publicados nesta quinta-feira são baseados em entrevistas telefônicas conduzidas durante os últimos meses de 2018. Outros resultados do experimento devem ser divulgados no ano que vem.
A Finlândia é o primeiro país a testar um projeto de renda mínima em nível nacional. O governo queria descobrir se uma renda mínima poderia simplificar o sistema de previdência social, eliminar a burocracia excessiva e eliminar as armadilhas dos incentivos.
Pesquisadores da Kela também queriam medir o impacto da renda mínima sobre o bem-estar físico e psicológico dos participantes.
Os resultados até agora: