Economia

Relatório do FMI joga balde de água fria sobre planos de Trump

Enquanto Trump promete crescimento de 3%, FMI reduz a projeção para meros 2,1% em 2017 e 2018 e ataca sutilmente propostas do presidente

O FMI não usa a aprovação das propostas de Trump no seu cenário-base (Isaac Brekken/Getty Images)

O FMI não usa a aprovação das propostas de Trump no seu cenário-base (Isaac Brekken/Getty Images)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 1 de julho de 2017 às 08h00.

Última atualização em 1 de julho de 2017 às 08h00.

São Paulo - "O modelo econômico norte-americano não está funcionando como poderia para gerar um crescimento de renda amplamente disseminado".

Este é o diagnóstico de um relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre os Estados Unidos divulgado na última terça-feira (27).

E não traz boas notícias para o presidente americano Donald Trump. Ele já chegou a prometer taxas de crescimento na faixa de 4%, mas seu último Orçamento pressupõe ritmo de 3%.

Já o FMI reduziu, ao invés de acelerar, a sua previsão para o crescimento americano: de 2,3% para 2,1% em 2017 e de 2,5% para 2,1% em 2018, eventualmente retornando para o potencial de apenas 1,8%.

"A experiência internacional e a história americana sugerem que uma aceleração sustentada no crescimento anual de mais de 1 ponto percentual, como projetada pela administração, é improvável. Desde os anos 80 houve poucos casos identificados entre as economias avançadas", diz o texto, notando que as condições naquela época eram muito mais favoráveis.

Trump promete reforma tributária, desregulação e mais investimento em infraestrutura, mas o FMI não considerou essas possibilidades em seu cenário-base, já que há poucos detalhes anunciados e a aprovação é incerta.

Enquanto os republicanos planejam uma reforma de saúde que tiraria a cobertura médica de milhões de pessoas, o FMI diz que "políticas de saúde devem proteger os ganhos em cobertura atingidos desde a crise financeira, particularmente entre aqueles nas camadas mais baixas da distribuição de renda".

Em dois dos temas preferidos de Trump, comércio internacional e imigração, a posição do FMI é discordante mas apontada em termos suaves.

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