Economia

Relator da Reforma Tributária apresenta parecer no Senado nesta segunda-feira

Eduardo Braga deve manter maior parte do que foi aprovado pela Câmara, incluindo a manutenção de itens da cesta básica, como carnes e queijos; votação na CCJ está prevista para quarta-feira

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 9 de dezembro de 2024 às 06h23.

Última atualização em 9 de dezembro de 2024 às 06h26.

O relator do projeto que regulamenta a Reforma Tributária, senador Eduardo Braga (MDB-AM), entregará nesta segunda-feira, 9, seu parecer. O texto será lido a partir das 16h na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. A previsão é que a votação ocorra ainda na quarta-feira desta semana.

Na última sexta-feira, 6, Braga informou que, até o momento, foram apresentadas 1.940 emendas. O relator afirmou que ainda procura acatar contribuições importantes no texto final. A expectativa é de que mais de 600 sugestões deverão ser incorporadas ao relatório.

Brasil com o maior IVA do mundo? Imposto mais alto não foi criado pela reforma, dizem especialistas

"Portanto, não faltou debate com a sociedade, não faltou debate com o setor produtivo, não faltou apresentação de emendas. 1.940 emendas, além do trabalho que a CAE fez, que recomenda 510 sugestões e apresenta 180 proposituras de emendas. Portanto, este é um tema que foi debatido, conversado. Todo esse trabalho, toda essa construção está sendo feita e, portanto, vossa excelência decidindo a leitura na segunda-feira, nós apresentaremos o relatório e começaremos a discussão para a votação", declarou o senador.

O relatório será apresentado após um mês de debates na CCJ sobre o impacto esperado dos novos tributos sobre a economia. De acordo com auxiliares que acompanham as negociações, as alterações de mérito feitas pelos deputados serão preservadas. A maioria das modificações serão redacionais, com o objetivo de dar maior segurança jurídica a matéria.

Para especialistas, reforma tributária pode onerar empresas optantes pelo Simples Nacional

Entre umas das poucas mudanças de mérito, Braga deve ampliar o alcance do cashback, a devolução dos impostos pagos sobre produtos para população de baixa renda. Hoje, o texto da Câmara prevê 100% de devolução de CBS na compra de botijão de gás, 100% para energia elétrica, água e esgoto e 20% de devolução nas demais compras.

A forma de ampliação não foi detalhada pelos interlocutores que participaram de encontros com o relator, mas o próprio Ministério da Fazenda chegou a cogitar o aumento no percentual de devolução para “demais casos”, durante a tramitação na Câmara, o que não avançou na época.

Eduardo Braga e deputados que participaram do debate da Reforma Tributária na Câmara avaliam que mesmo com a manutenção de uma cesta básica maior, de devoluções e incentivos para a Zona Franca de Manaus, a alíquota padrão deve ficar menor do que o valor de 27,99% estimado pela Fazenda. Para eles, a diminuição da sonegação e do contencioso judicial nos primeiros anos de transição, entre 2026 e 2032, já devem levar a uma queda da alíquota para cerca de 25%.

O relator do Senado ainda irá afinar o texto final com deputados, antes da votação no plenário do Senado, para que o retorno da proposta à Câmara tenha uma tramitação rápida. Dessa forma, se acordado, os deputados aprovariam o novo texto do Senado, e não escolheriam o antigo da Câmara.

"Conversamos com ele e acreditamos que há entendimento com o texto e os melhoramentos do Senado. A tendência é acompanharmos esse texto. Se não concordarmos com algum dos termos, vamos trabalhar juntos para chegar com o texto redondo na Câmara e votar a versão do Senado em plenário", disse o deputado Luiz Gastão (PSD-CE), que faz parte do grupo de trabalho da Reforma na Câmara.

Acompanhe tudo sobre:Câmara dos DeputadosSenado FederalCongressoReforma tributária

Mais de Economia

'Não é correto tratar o mercado como bloco monolítico', diz Galípolo, ao negar ataque especulativo

'Moedinhas' jogadas nos espelhos d'água da Presidência vão reforçar caixa do governo

AGU pede investigação sobre fake news que impactou o dólar

Banco Central eleva projeções de PIB para 3,5% e de IPCA para 4,9% em 2024