Na avaliação de especialistas, o uso do etanol deixa de ser vantajoso em relação à gasolina quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor do derivado de petróleo (SXC.Hu)
Da Redação
Publicado em 26 de março de 2013 às 16h53.
São Paulo - A relação entre os preços do etanol e da gasolina em São Paulo atingiu 71,73% na terceira semana de março, anunciou nesta terça-feira a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Trata-se do nível mais elevado desde a terceira semana de dezembro de 2011, quando ficou em 72,43%. Na segunda semana do mês, a relação era de 71,13%. O patamar está acima também daquele registrado na terceira semana de março de 2012, de 70,21%.
Na avaliação de especialistas, o uso do etanol deixa de ser vantajoso em relação à gasolina quando o preço do derivado da cana-de-açúcar representa mais de 70% do valor do derivado de petróleo. A vantagem é calculada considerando que o poder calorífico do motor a etanol é de 70% da capacidade dos à gasolina.
Ao comentar o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de -0,18%, o coordenador do indicador, Rafael Costa Lima, chamou a atenção para o fato de a relação subir mesmo com a saída gradual do impacto do reajuste do preço da gasolina, em vigor desde o fim de janeiro. "O problema da entressafra está afetando os preços do etanol", disse. No IPC, a gasolina desacelerou de 1,55% para 0,77% entre a segunda e a terceira leituras de março, e, nas pesquisas de ponta da Fipe (semanais), reduz ainda mais a alta, para 0,43%. Na direção oposta, o etanol avançou de 4,63% para 5,11% e na ponta o aumento chega a 5,58%. "Não há sinal de melhora por enquanto. Talvez, em abril ou maio", afirmou.
A trajetória dos preços da gasolina continuou ajudando a desacelerar a inflação do grupo Transportes dentro do IPC, que passou de 0,51% para 0,41% da segunda para a terceira apuração do mês. No fechamento do mês, nos cálculos da Fipe, deverá ter um alívio ainda maior, encerrando em 0,35%.