Economia

Reguladores não têm pressa para definir regras para fintechs

Reguladores avaliaram como as chamadas fintechs podem prejudicar o modelo de negócios dos bancos, ao oferecer serviços como pagamentos e bancos digitais

Fintechs: "Apesar do frisson, do volume de investimentos e do número significativo de produtos e serviços financeiros derivados de inovações das fintechs, os volumes hoje ainda são baixos", disse o Comitê de Basileia de Supervisão Bancária (foto/Divulgação)

Fintechs: "Apesar do frisson, do volume de investimentos e do número significativo de produtos e serviços financeiros derivados de inovações das fintechs, os volumes hoje ainda são baixos", disse o Comitê de Basileia de Supervisão Bancária (foto/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 19 de fevereiro de 2018 às 15h17.

Londres - Reguladores bancários globais sinalizaram nesta segunda-feira que não estão com pressa para adaptar suas regras às plataformas de tecnologia financeira que começaram a morder os mercados dos bancos tradicionais.

Os reguladores avaliaram como as chamadas fintechs podem prejudicar o modelo de negócios dos bancos, ao oferecer serviços de pagamentos, crowdfunding, bancos digitais e comércio online.

"Apesar do frisson, do volume de investimentos e do número significativo de produtos e serviços financeiros derivados de inovações das fintechs, os volumes hoje ainda são baixos em relação ao tamanho do setor de serviços financeiros globais", disse o Comitê de Basileia de Supervisão Bancária em relatório sobre implicações das fintechs para bancos e reguladores.

Analistas dizem que bancos podem se tornar irrelevantes à medida que fintechs se tornam a "face" dos serviços financeiros, um cenário que para o comitê de Basileira parece exagerado.

"Um tema comum em vários cenários é que os bancos terão dificuldade de manter seus atuais modelos operacionais, dada a mudança tecnológica e as expectativas dos clientes", de acordo com o relatório. "Como resultado, o alcance e a natureza dos riscos e atividades dos bancos estão mudando rapidamente e as regras que os governam também precisam evoluir".

O comitê define as regras para os maiores bancos que operam em todos os principais centros financeiros do mundo. O comitê analisou os riscos e as oportunidades geradas pelas fintechs antes de considerar se são necessárias novas regras.

"O rápido ritmo de mudança das fintechs faz com que a avaliação do impacto potencial nos bancos e seus modelos de negócios seja desafiadora", disse o órgão.

Os próprios reguladores devem avaliar se seus funcionários estão sendo treinados adequadamente para acompanhar as mudanças tecnológicas nos serviços financeiros, acrescentou a entidade.

Os reguladores evitaram impor uma forte regulamentação em um setor novo, cientes que as autoridades têm interesse em manter seus centros financeiros atraentes para iniciantes, dado o potencial de empregos e crescimento que eles apresentam.

Também nesta segunda-feira, a Autoridade de Conduta Financeira da Grã-Bretanha e a Comissão de Negociação de Futuros de Commidities dos Estados Unidos assinaram acordo para colaborar no apoio à inovação das fintechs.

Fintechs podem trazer benefícios, como acesso mais amplo a serviços financeiros, bancos mais personalizados e taxas mais baratas para os clientes, segundo o relatório. Os bancos também estão respondendo à concorrência das fintechs com lançamento de produtos bancários móveis e se tornando mais eficientes.

Os riscos incluem os mesmos que os bancos, como ataques cibernéticos, não cumprimento das regras de privacidade de dados e falhas em tecnologia da informação (TI).

 

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