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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.
Brasília - O número de registros no Serviço Nacional de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) cresceu 5,59% em junho, na comparação com o mês anterior. A informação foi divulgada hoje (8) pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o SPC Brasil, que fizeram uma análise com mais de 150 milhões de Cadastros de Pessoas Físicas (CPFs) consultados em todos os estados do país e do Distrito Federal.
Um dos fatores que influenciaram o aumento da inadimplência "foi o crédito que vem exercendo papel significativo no financiamento do consumo das famílias, mas ao mesmo tempo pode acabar causando impacto nos níveis de inadimplência, principalmente quando novos consumidores no mercado não têm o hábito de fazer planejamento orçamentário e acabam endividados", diz o relatório.
Na comparação do mês passado com junho de 2009, o crescimento da inadimplência foi de 1,17%. No primeiro semestre do ano, comparado com igual período de 2009, houve queda de 1,51%.
Segundo o economista do SPC Brasil Fernando Sasso, a perspectiva para as vendas e a inadimplência no segundo semestre do ano é positiva, uma vez que há previsão de aumento da renda dos trabalhadores, de recebimento de restituições de Imposto de Renda e de crescimento das vendas no final do ano, devido às festas do Natal. Além disso, há a perspectiva dos gastos de candidatos com as eleições deste ano. "Os ganhos reais de salário são importantes para as pessoas honrarem compromissos e evitarem ficar inadimplentes", disse Sassa.
O economista acrescentou que o desemprego e a falta de planejamento financeiro são os principais fatores que geram inadimplência, principalmente para as classes C, D e E. "É um contingente que ainda não está maduro no hábito de comprar", afirmou.
De acordo com a pesquisa, no mês de junho, a maioria dos registrados no SPC Brasil, 54,9%, é formada por mulheres. Por faixa etária, a maior parte (26,78%) tem idade entre 30 e 39 anos e a minoria (7,13%) está acima de 65 anos. No caso dos consumidores com idade entre 40 e 49 anos, o percentual é de 21,38%. Entre 50 e 64 anos, o percentual é de 16,36%, de 18 a 24 anos, de 13,95%, e de 25 a 29 anos, de 13,39%.
A maior parte dos inadimplentes tem dívida de até R$ 50 (35,79%). Entre R$ 50,01 e R$ 100 são 21,36%, de R$ 100,01 a R$ 250, 21,27%, de R$ 250,01 a R$ 500, 9,79%, e acima de R$ 500, 11,85%. Segundo Sassa, como a maioria das dívidas é de valor baixo, o risco de não serem pagas é pequeno.
Os dados da pequisa também mostram que em junho houve queda de 3,07% no cancelamento de registros no SPC, na comparação com maio. Para ele, o motivo é a forte base de comparação, uma vez que em maio os consumidores buscam regularizar a situação para fazer as compras do Dia das Mães.
Na comparação com junho de 2009, houve crescimento de 4,04% na busca por regularização. No primeiro semestre, ante igual período do ano passado, o aumento foi de 5,81%.