Economia

Refugiados custarão à Alemanha até 22,6 bilhões de euros

Esta é uma das principais conclusões do relatório anual dos denominados "cinco sábios", que considera que a maior economia europeia pode assumir esta carga


	Documento de refugiado: relatório defende a "integração laboral" dos chegados como um dos "aspectos mais importantes"
 (Reuters / Fabrizio Bensch)

Documento de refugiado: relatório defende a "integração laboral" dos chegados como um dos "aspectos mais importantes" (Reuters / Fabrizio Bensch)

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Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2015 às 09h57.

Berlim - A amparada a centenas de milhares de refugiados que chegam à Alemanha custará aos cofres públicos até 22,6 bilhões de euros entre este ano e o próximo, informou nesta quarta-feira o Conselho Assessor de Economistas do governo alemão.

Esta é uma das principais conclusões do relatório anual dos denominados "cinco sábios", que considera que a maior economia europeia pode assumir esta carga extraordinária graças a sua saneada situação orçamentária.

Apesar da "grande incerteza" que rodeia à chegada em massa de peticionários de asilo, estes cinco consagrados economistas consideram que o gasto público agregado das administrações alemãs para enfrentar este desafio representará entre 5,9 bilhões e 8,3 bilhões de euros este ano e entre 9 bilhões e 14,3 bilhões em 2016.

No entanto, o documento assegura que "dada a boa situação das finanças públicas estes custos podem ser assimilados", fazendo referência ao superávit das finanças públicas do Estado alemão.

Em nível trabalhista, as consequências futuras dos fluxos migratórios são mais difíceis de estabelecer, segundo o Conselho Assessor, que considera que os efeitos serão, em todo caso, "moderados no médio prazo".

Dessa forma, estima que a chegada de refugiados pode ter um "efeito positivo" na população economicamente ativa e conseguir que se empreguem entre 250.000 e 500.000 asilados até 2020.

No entanto, o desemprego também avançará por este motivo e para 2020 os "cinco sábios" estimam que entre 300.000 e 350.000 refugiados estarão registrados como desempregados.

O relatório anual defende a "integração laboral" dos chegados como um dos "aspectos mais importantes" da incorporação à sociedade alemã dos asilados.

Para melhorar sua empregabilidade, o Conselho Assessor propõe que, desde o primeiro momento, os asilados que busquem emprego sejam reconhecidos como desempregados de longa duração, com o que, na prática, as empresas ficariam isentas de pagar-lhes o salário mínimo.

"O salário mínimo representaria uma altar barreira de entrada (no mercado de trabalho) para muitos refugiados", argumenta o documento.

A previsão é que este ano cheguem à Alemanha cerca de um milhão de refugiados, procedentes principalmente de Síria, Afeganistão, Iraque, Eritreia e os países dos Bálcãs Ocidentais.

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