Economia

Reforma será votada até dia 7 de julho, diz Joice Hasselmann

A líder do governo no Congresso Nacional disse que não há chance da reforma não ser votada pelos deputados antes do recesso

Joice Hasselmann: "Alguns parlamentares não estão confortáveis ainda em votar a Previdência" (Ueslei Marcelino/Reuters)

Joice Hasselmann: "Alguns parlamentares não estão confortáveis ainda em votar a Previdência" (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de junho de 2019 às 17h51.

Rio - A líder do governo no Congresso Nacional, Joice Hasselmann (PSL-SP), avalia que entre os dias 2 e 3 de julho o texto da reforma da Previdência chegará ao plenário da Câmara dos Deputados, e até o dia 7 a matéria será votada. Ela disse que não há chance da reforma não ser votada pelos deputados antes do recesso. "Estou percorrendo o Brasil inteiro em uma caravana da Previdência", disse.

Segundo ela, muitos parlamentares ainda resistem a aprovar a reforma, "principalmente no Norte e Nordeste, onde tem mais partido de oposição", e a intenção é convencê-los da necessidade da votação ainda em julho, antes do recesso.

Ela admitiu que o governo ainda não conseguiu os 308 votos necessários entre os deputados para aprovar o texto, mas disse que falar disso agora "é bobagem".

"Alguns parlamentares não estão confortáveis ainda em votar a Previdência, em especial o Norte e Nordeste, por isso os governadores são importantes, porque os parlamentares falam que não vão votar, mas agora que viram que Estados e municípios podem sair (da reforma), até os Estados de oposição já estão dizendo que tem que colocar Estados e municípios na proposta", informou a parlamentar, ironizando que a oposição é contra a reforma, mas quer que os Estados e municípios estejam nela.

Segundo ela, retirar os Estados e municípios foi uma maneira de fazer com os que atacam a Previdência se envolvam. De acordo com a deputada, esse foi um dos assuntos que conversou na reunião que teve nesta sexta com o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), em evento na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).

Um pouco antes da entrevista de Hasselmann, o governador Witzel disse a jornalistas que está confiante na volta dos Estados e municípios para o texto da reforma, mas se disse preocupado com a dificuldade que o governo está tendo para aprovar a reforma, e ainda mais com as que virão pela frente. "O governo precisa ter uma base sólida no Congresso", criticou.

A deputada destacou que é necessário um grande envolvimento de todos os parlamentares para tentar aumentar a economia, depois do relatório divulgado na quinta ter apontado uma economia de apenas R$ 860 bilhões, nos cálculos do ministro da Economia, Paulo Guedes. "Eu sonhava com o número mágico de R$ 1 trilhão, mas vamos tentar aumentar", afirmou, sem fazer estimativas.

Flexibilização de discurso

A líder do governo no Congresso Nacional disse que alguns parlamentares da oposição, como PSB ou PDT, já estão flexibilizando o discurso de ser contra a reforma da Previdência e isso poderá levar a "um grande pacto" para levar de volta ao texto os Estados e municípios. Ela não quis comentar quais itens do texto apresentado na quinta pelo relator Samuel Moreira (PSDB-SP) poderão ser negociados com os parlamentares, "ou causo uma crise no Congresso Nacional", mas que através do convencimento, "e se houver a união entre os partidos e a oposição", será possível trazer de volta os Estados e municípios para dentro da reforma.

Ela afirmou que um dos pontos que poderia ser modificado sem causar problemas seria a desconstitucionalização. "Isto está fora do processo agora do relatório do relator e pode tentar um caminho alternativo, nem deixar fora, nem fazer como o governo encaminhou, pensar numa regra de transição.

Com a capitalização pode ser assim também, deixar a possibilidade de ter a capitalização submetida a uma lei ordinária, então não é imediato, precisa de uma nova lei", explicou, informando que alguns líderes que querem discutir a questão da capitalização e pensam em deixar a capitalização como lei ordinária.

A parlamentar ressaltou que é preciso tirar a ideologia da economia e deixar apenas para as questões que envolvem costumes."É isso que eu falo com os governadores da oposição. A gente está falando de vidas, de emprego, a nova Previdência vai gerar 8 milhões de empregos até 2023", afirmou.

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