Economia

Estamos fazendo dever de casa, diz Bolsonaro sobre Reforma da Previdência

Em tom de elogio à proposta de reforma da Previdência de Paulo Guedes, presidente disse que ela mostra à investidores que Brasil está no caminho

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro: "hoje é o dia em que o povo estará nas ruas", em uma "manifestação espontânea" (Adriano Machado/Reuters)

O presidente do Brasil, Jair Bolsonaro: "hoje é o dia em que o povo estará nas ruas", em uma "manifestação espontânea" (Adriano Machado/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 6 de junho de 2019 às 06h28.

Última atualização em 6 de junho de 2019 às 09h32.

Brasília — O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (5), em Aragarças (GO), que a reforma da Previdência é de interesse do país, inclusive dos próprios servidores públicos, que terão regras de aposentadoria mais rigorosas caso o texto seja aprovado no Congresso Nacional.

"A reforma interessa a todo o Brasil, até para o servidor, porque se não reformar vai faltar dinheiro para pagar o servidor lá na frente. É uma maneira que nós temos de mostrar para o mundo lá fora, e para os investidores aqui dentro, que estamos fazendo o dever de casa", disse o presidente após participar do ato de lançamento do projeto Juntos pelo Araguaia , na cidade goiana que fica na divisa com o estado do Mato Grosso, a cerca de 380 km de Goiânia.

O objetivo da iniciativa, que envolve os governos dos dois estados, é recompor áreas florestais ao longo da bacia do rio, que tem mais de 2,8 quilômetros de extensão.

Para o presidente, o país pode receber mais investimentos e equilibrar as contas públicas se a reforma da Previdência for aprovada.

"O Brasil não pode continuar gastando mais do que arrecada. Acreditamos nós que, com a reforma aprovada, basicamente como foi apresentada, investimentos virão e nós podemos decolar na economia aqui no Brasil", disse.

Em discurso durante o ato, o governador do Mato Grosso, Mauro Mendes, fez um apelo para que os parlamentares não excluam os servidores públicos estaduais e municipais da reforma.

"[Quero] dizer aos nossos deputados e senadores aqui presentes. Gente, pelo amor de Deus, não deixem os estados e municípios fora dessa reforma. Ela é importante para o Brasil e para cada estado brasileiro e município. Senão, daqui poucos anos, nós vamos estar trabalhando única e exclusivamente para pagar os nossos aposentados. É legítimo, é um direito, mas tem tantos outros brasileiros que estão tendo os seus direitos cerceados, porque não sobra dinheiro para cuidar da saúde, das estradas, das escolas e tantas outras obrigações do poder público", disse o governador.

Mudanças na CNH

Bolsonaro voltou a defender o projeto de lei, apresentado ontem, com mudanças no Código Brasileiro de Trânsito . Segundo ele, "todo mundo concorda" com a ampliação na validade da Carteira Nacional de Habilitação (CNH), que é uma das alterações contidas no projeto.

Ele também criticou o excesso de aplicação de multas ao argumentar a favor da proposta de ampliar de 20 para 40 a pontuação máxima que condutores podem ter antes do documento ser suspenso.

"O mais importante, passar de cinco para 10 anos a validade da carteira de motorista, todo mundo concorda com isso. [Sobre] aumentar a pontuação, não é possível, facilmente se consegue três multas porque hoje em dia tem pardais encondidos em tudo quanto é lugar, além dos móveis. O motorista de ônibus, táxi e caminhão, não perdem a carteira [CNH]. Perdem, na verdade, sua carteira de trabalho", disse.

Bolsonaro ainda foi questionado sobre o fim das multas aplicadas a motoristas que circulam com crianças menores de 7 anos fora do assento especial, como prevê o projeto de lei apresentado por ele. Essa regra atualmente está prevista na chamada Lei da Cadeirinha, que na verdade é uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), e prevê multa de R$ 293,47, além de ser considerada infração gravíssima, com perda de sete pontos na carteira.

"Todo mundo que é pai e mãe é responsável. Continua valendo a infração para a pontuação [na carteira]. Apenas tirei o dinheiro", disse, ressaltando que as multas seriam "um negócio direcionado para tirar o dinheiro do povo".

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