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Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2014 às 12h46.
Rio - Embora as carnes tenham sido os vilões da inflação em setembro, o item que mais pesou no bolso dos consumidores até agora em 2014 foi a refeição fora de casa, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) divulgados nesta quarta-feira, 08, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O item já subiu 7,64% de janeiro a setembro, o equivalente a 0,39 ponto porcentual da inflação de 4,61% registrada pelo IPCA no mesmo período.
"Rio e São Paulo vêm sendo pressionados muito pela refeição fora de casa, pelos alimentos consumidos fora de casa. E teve esse período de Copa, que teve um movimento muito concentrado nesses dois Estados e propiciou aumento", explicou Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do IBGE.
Em 12 meses, a inflação do grupo Alimentação e Bebidas alcançou 9,19% em São Paulo. No Rio de Janeiro, a alta é de 9,86%.
Eulina explica que a demanda em alta propicia que os preços dos alimentos consumidos fora do domicílio aumentem acima dos custos dos empreendimentos de alimentação.
"O desemprego está baixo, as pessoas estão comendo fora. Os alimentos estão subindo, mas esse não é o principal custo dos empreendimentos de refeição. Tem energia elétrica, os salários vêm subindo mais que a inflação. E a demanda nessa área não coloca muito limite para os aumentos que possam acontecer", avaliou.
Em setembro, o item refeição fora de casa aumentou 1,02%, uma contribuição de 0,05 ponto porcentual para o IPCA de 0,57% registrado no mês. A maior contribuição para a inflação foi decorrente da alta de 3,17% no preço das carnes, o equivalente a 0,08 ponto porcentual.
"Os pecuaristas argumentam que os pastos ainda estão secos por conta da seca do início do ano, e esse período é de fato de entressafra. Outro fator que vem sendo atribuído é a exportação. O Brasil é o principal exportador de carne, e a arroba do boi vem subindo desde o início do ano. Os mercados (internacionais) estão muito favoráveis ao mercado brasileiro (de carne)", justificou Eulina.
Ela mencionou ainda que também pode haver influência de especulação, de produtores que não querem matar o gado para manter os preços mais altos.