CEO da Nissan e da Renault, Carlos Ghosn: segundo Ghosn, hoje o Brasil tem cerca de 175 carros por mil habitantes, em comparação com 500, na média da Europa (Philippe Wojazer/Reuters)
Da Redação
Publicado em 15 de abril de 2014 às 16h22.
Resende - O incentivo à demanda do mercado de automóveis por meio da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) tem efeito a curto prazo, mas não a longo prazo, afirmou na tarde desta terça-feira, 15, o presidente mundial da Renault e da Nissan, Carlos Ghosn.
O executivo lembrou da tendência de esses incentivos serem antecipados pelos consumidores.
"Se todo mundo antecipa, o incentivo perde efeito (após um tempo). Os incentivos são mais para pilotar as vendas no curto prazo", afirmou Ghosn, em entrevista coletiva após a inauguração do complexo industrial da Nissan, em Resende, no lado fluminense do Vale do Paraíba.
No longo prazo, o potencial de crescimento é marcado pela taxa de motorização. Segundo Ghosn, hoje o Brasil tem cerca de 175 carros por mil habitantes, em comparação com 500, na média da Europa.
A velocidade do crescimento até esse nível de motorização, porém, tende a ser marcada pela carga tributária incidente sobre os automóveis.
Ghosn citou que a carga de impostos sobre um carro pode ficar entre 40% e 45%, dependendo do cálculo.
"Não tem nenhum país que eu conheça com essa carga tributária. A longo prazo, seria bom que essa carga fosse mais baixa", completou o executivo, destacando ainda a importância de haver melhorias na infraestrutura para impulsionar esse crescimento na taxa de motorização.