Economia

Recuperação é insuficiente para emergentes, diz Mantega

Segundo ministro, recuperação da economia mundial ainda é insuficiente para estimular os países em desenvolvimento

Ministro da Fazenda, Guido Mantega, com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jacob J. Lew, durante encontro em São Paulo (Paulo Whitaker/Reuters)

Ministro da Fazenda, Guido Mantega, com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Jacob J. Lew, durante encontro em São Paulo (Paulo Whitaker/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de março de 2014 às 21h28.

São Paulo - A economia mundial está se recuperando, principalmente nos países mais avançados, mas essa recuperação ainda é insuficiente para estimular os países em desenvolvimento, avaliou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta segunda-feira, depois de encontro com o secretário do Tesouro dos Estados Unidos.

"Nossa avaliação é semelhante, observamos uma recuperação da economia internacional", disse Mantega ao lado do secretário norte-americano, Jack Lew, na capital paulista.

"No entanto, essa recuperação, do meu ponto de vista, é ainda incipiente, mais lenta do que gostaríamos e ainda não é suficiente para estimular a retomada dos países emergentes." Mantega manifestou preocupação principalmente com a China, maior parceiro comercial brasileiro.

O ministro disse que a economia mundial está se ajustando ao processo de redução dos estímulos, que traz volatilidade. Mas ressaltou que os mercados já assimilaram e superaram a redução dos estímulos pelo Federal Reserve, o banco central dos EUA.

Reforma do FMI

Em um recado indireto para os EUA, Mantega ressaltou a necessidade de avançar na reforma do Fundo Monetário Internacional para que o organismo possa ajudar países em necessidade, como a Ucrânia.

"Tem que terminar (a reforma) para que haja uma distribuição das novas cotas e o FMI seja fortalecido", disse Mantega.

O Brasil e outros grandes países emergentes, como a China e a Rússia, já expressaram frustração com a incapacidade do Congresso norte-americano de ratificar um pacote de reformas que aumentaria suas influências no organismo.

O secretário do Tesouro norte-americano disse que expressou a Mantega que a reforma das cotas do FMI é uma prioridade para o governo de Barack Obama. Ele também repetiu comentários de Mantega sobre a importância de um FMI forte para países como a Ucrânia.

"Eu enfatizei a necessidade de aprovar a reforma da legislação de governança do FMI de modo que o Fundo possa continuar a apoiar os mercados emergentes e a estabilidade econômica mundial", disse Jack Lew.

Se os Estados Unidos não ratificarem as reformas até abril, o Brasil e outros países emergentes poderiam explorar maneiras de adotá-las, segundo já afirmaram autoridades brasileiras.

O governo Obama tem tentado fazer com que o Congresso aprove mudanças no financiamento do FMI que alterariam o conselho de administração do Fundo, fariam da China o seu terceiro maior membro e dariam a países emergentes, como Índia e Brasil, mais poder de influência.

Acompanhe tudo sobre:Guido MantegaMinistério da FazendaPaíses emergentesPersonalidadesPolítica no BrasilPolíticosPolíticos brasileiros

Mais de Economia

BNDES vai repassar R$ 25 bilhões ao Tesouro para contribuir com meta fiscal

Eleição de Trump elevou custo financeiro para países emergentes, afirma Galípolo

Estímulo da China impulsiona consumo doméstico antes do 'choque tarifário' prometido por Trump

'Quanto mais demorar o ajuste fiscal, maior é o choque', diz Campos Neto