Notas de Iene: no quarto trimestre do ano pssado, a economia do Japão cresceu a uma taxa anual de apenas 0,7 por cento, mostraram números revisados (Yoshikazu Tsuno/AFP)
Da Redação
Publicado em 10 de março de 2014 às 10h18.
Tóquio - A recuperação da economia do Japão sofreu um golpe no final do ano passado e o déficit de conta corrente atingiu recorde em janeiro, levantando temores de um tropeço na terceira maior economia do mundo conforme a atividade perde força antes de um aumento do imposto sobre vendas em abril.
No quarto trimestre do ano pssado, a economia do Japão cresceu a uma taxa anual de apenas 0,7 por cento, mostraram números revisados, um ritmo menor que a estimativa inicial de 1,0 por cento devido à fraqueza no consumo e nos investimentos empresariais.
A desaceleração ante o ritmo revisado de 0,9 por cento nos três meses anteriores reforçou as expectativas de que o banco central do Japão pode afrouxar a política monetária ainda mais nos próximos meses para proteger uma frágil recuperação.
Em outro sinal negativo para a economia que depende de exportações, o déficit em conta corrente se ampliou para um recorde de 1,589 trilhão de ienes (15,38 bilhões de dólares), ultrapassando facilmente a expectativa de um déficit de 1,4 trilhão de ienes, uma vez que os embarques não mostraram retomada substancial apesar do iene mais fraco.
Os dados decepcionantes se somam a uma sequência recente de indicadores fracos que levantaram dúvidas sobre a estratégia do primeiro-ministro, Shinzo Abe, para impulsionar um crescimento sustentável através de estímulos fiscais e monetários maciços, além de reformas estruturais.
O "Abenomics" ajudou a economia a crescer acima de um ritmo anual de 4 por cento na primeira metade do ano passado, o melhor ritmo entre economias desenvolvidas, mas o crescimento desacelerou para menos de 1 por cento na segunda metade conforme as exportações, os gastos de capital e o consumo privado se enfraqueceram.
Na comparação com o trimestre anterior, a economia do Japão cresceu 0,2 por cento entre outubro e dezembro, um dado revisado ante preliminar de 0,3 por cento. O resultado ficou abaixo da expectativa de expansão de 0,3 por cento em pesquisa da Reuters.
Os gastos de capital subiram 0,8 por cento entre outubro e dezembro, ante dado inicial de 1,3 por cento. O consumo privado avançou 0,4 por cento no trimestre, ante estimativa inicial de 0,5 por cento.